Capítulo 4: Michel

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Wesley puxou Michel pelo braço silenciosamente após prenderem Dimitri na cama, foram até o carro de Wesley e lá, entregou a Michel uma sacola.

- Aqui tem comida, comprei coxinhas para vocês dois, porque não tive tempo de comprar nada melhor antes de armarmos a tocaia.

- Tudo bem, obrigado! Se dependesse só de Daniel e Alex, o cara ali dentro morreria de fome. Ainda bem que temos alguém humano no meio desse rolo todo. 

- Cê também não é que nem aqueles dois malucos. – Wesley disse sorrindo. 

- É... Às vezes não sei. Bate uma culpa por ficar vivendo na mesma casa que Daniel e aproveitar de tudo o que ele leva para casa, sendo que eu poderia fazer como minha mãe e recusar. Sou meio que um criminoso também.

- Não pense assim. – Wesley disse colocando as mãos no ombro de Michel. Aquelas mãos gigantes tocando o ombro do rapaz o fez sentir um calafrio no corpo inteiro. – Cê é um cara bacana, não é que nem os psicopatas dos meus colegas.

- É... Espero não ser. 

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes.

- Bem – começou Wesley – você precisa ficar aqui 24 horas por dia, sete dias por semana, cuidado para que ele não fuja, não dê papo para ele, fale apenas o necessário, com toda a certeza ele vai tentar negociar uma fuga com você, mas saiba que conseguiremos algo melhor do que ele possa te oferecer. Além disso, cê sabe que se cagar no plano, seu irmão te caça no mundo inteiro para te matar e eu não vou poder ajudar a Micaela. 

- Não trairia vocês por causa da Micaela, ela é um anjo, t cagando e andando para o que meu irmão acharia se fizesse isso, ele jamais conseguiria me encontrar.

- Obrigado por levar a minha filha em consideração. – continuou Wesley com um sorriso desgraçadamente lindo no rosto – Enfim, ele vai tentar te chantagear, mas não caia na dele. Ele não sabe seu nome, não viu seu rosto, não deixe que isso aconteça. – Wesley entregou a arma e a máscara que estava usando a Michel – Pegue isso, está carregada, tem quinze balas aí, acredito que você não vá precisar usá-la, mas deixe-a escondida, tire as balas se achar melhor, mas o ameace com essa arma se ele se rebelar.

 Michel segurou a arma com as mãos tremulas, nunca segurara uma antes. 

- Tudo bem.

Wesley sorriu. 

- Não quero te deixar aqui sozinho muito tempo, mas preciso ir para minha casa, amanhã de manhã estamos indo para um telefone público em Santo André para ligarmos para o Senhor Zenotti. 

- Por que Santo André?

- Não vamos deixar rastros, primeiro contato em Santo André, segundo contato em Osasco, terceiro contato no centro de São Paulo. Estaremos cada dia em um lugar. Nós sequestramos um cara totalmente negligente com sua própria segurança, arrogante e burro, mas o pai dele não parece ser nem um pouco como o filho. Corremos o risco de ele colocar pessoas muito, muito boas atrás da gente. Eu, infelizmente, mostrei meu rosto a ele, por isso amanhã irei raspar meu cabelo e começarei a deixar a barba crescer.

- Nós somos loucos, eu inclusive, por entrarmos nessa. – Michel disse sentindo uma sensação muito ruim de que algo daria muito errado.

- Sim, somos, mas foi uma oportunidade de ouro que surgiu para nós.

- Como vocês tiveram a ideia de sequestra-lo?

- Foi meio que por acaso. Um dia Alex e Suzy estavam andando na moto dele, quando pararam no sinal, o Zenotti parou ao lado deles na BMW prata. É claro que os dois olharam para a BMW ao lado deles. Suzy o reconheceu, porque coincidentemente ela tinha lido uma matéria sobre ele ser um jovem milionário. Ela disse para Alex no mesmo momento quem ele era. Alex, instintivamente começou a segui-lo, ele foi até o apartamento dele nos Jardins. Desde então, Alex começou ir onde ele ia e percebeu duas coisas: que ele é extremamente relapso com a segurança e que ele é extremamente metódico com a rotina. Dimitri sempre fazia o mesmo caminho, mais ou menos nos mesmos horários. Ele é muito burro ou muito arrogante, se não for os dois. Alex sugeriu darmos o golpe final, já que ele é extremamente rico, para, enfim, largarmos essa vida de merda que temos. O resto é história e cá estamos com ele amarrado no quarto. 

'Os Provocadores' (Thriller Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora