Capítulo 15: Diego

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Os Provocadores Dia 01: 20h41 - Pires do Rio - GO:


O pau de Diego estava duro feito pedra no momento em que ele saía do cenário da primeira morte promovida pel'Os Provocadores. Aquela sensação de adrenalina, aquela sensação maravilhosa de tirar a vida de alguém. Infelizmente com Zé Dornellas ele não pôde ver a vida sumindo dos olhos da vítima, não pôde ver o olhar suplicante, mas mesmo assim, cada golpe desferido naquela carne, o sangue voando para todo lado, os gemidos do homem que iam cessando a cada golpe recebido... Aquilo era experimentar a vida ao máximo, aquilo era ter o poder em suas mãos, aquilo era ser superior às pessoas em sua volta.

Wesley vinha logo atrás, ele estava um pouco abalado, essa reação o incomodou um pouco, mas ele dava um desconto para o garoto, por ser a primeira morte promovida por eles. Diego esperava que essa bichisse fosse embora a partir do próximo ato que aconteceria dali a alguns dias.

Diego atravessou a cerca e esperou o vulto de Wesley passar por ela também. Pegou o facão todo sujo de sangue e com um golpo fincou em um dos suportes de madeira da cerca.

- Espero que a jornalista não seja burra o suficiente de não ver esse facão aqui.

Ele entrou no carro no banco do passageiro e olhou para Wesley, que ainda estava pálido. Tirou as luvas sujas de sangue e jogou dentro da mala.

- Me passa o celular para eu ver a filmagem. - O parceiro tirou o celular do bolso e entregou a ele.

- Aonde vamos? - Perguntou Wesley.

- Goiânia! - Respondeu Diego dando play no vídeo gravado pelo parceiro. Assistiu ao vídeo encantado, Wesley tinha gravado muito bem, a ideia da lanterna de LED veio a calhar, deixando a violência e a crueza da cena mais clara. - Eu te amo, Micha! A gravação ficou muito boa, você soube capturar os melhores ângulos mesmo com uma câmera primária de celular.- Wesley sorriu ao ouvir o "eu te amo", como era fácil manipular os outros com poucas palavras. Dizer "eu te amo", ser um pouco mais carinhoso, ouvir os problemas do parceiro, era um preço razoável pela parceria que Wesley proporcionava. Ele filmava bem, era confiável e metia muito bem. Tudo o que era preciso naquele momento para continuar tocando Os Provocadores.

- Também te amo! Desculpa a reação que tive, mas eu não estou acostumado a ver tanta violência assim em minha frente, foi quase tão horrível quanto o dia que você matou Alex.

- Mas você entende que é por um bem maior, né?

- Claro que entendo. - Respondeu Wesley.

Diego se segurou para não assistir ao vídeo dele matando Zé Dornellas mais uma vez e abriu o Google Maps para ajudar Wesley no caminho para Goiânia. A viagem teria mais de duas horas.

Ele se recostou no banco do passageiro, fechou os olhos e reviveu a última hora. Colocou Sound of Silence para tocar novamente e relembrou cena por cena, golpe por golpe, jato por jato de sangue que espirrou daquele corpo. Tinha sido uma morte muito fácil, ele não esperava que fosse tão fácil e repentino assim. Porém acreditava que haveria mais dificuldades nas próximas mortes.


Os Provocadores Dia 01: 22h51 - Goiânia - GO:


Wesley estacionou em frente a um hotel quatro estrelas. Antes que saíssem do carro, Diego já tirara a roupa suja de sangue e colocara uma roupa limpa. Saíram tranquilamente com suas malas, enquanto um manobrista levava o carro para o estacionamento. Fizeram questão de carregar as malas grandes com suas roupas. Diego levava firmemente a mala com os objetos especiais que ainda seriam usados nas próximas viagens.

'Os Provocadores' (Thriller Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora