Oi docinhos, voltei, finalmente!!
Wattpad me obrigou a tirar a mídia do cap passado, então troquei por outra, caso alguém tenha interesse em ver a que estava originalmente, me manda mensagem que eu mando pra você, ok?
XX
Harry voltou para a posição anterior, com a cabeça deitada no ombro de Louis e o rosto meio escondido no pescoço dele, respirou fundo duas, três vezes e então começou a falar.
— Quando tinha três anos, eu conheci o Niall. Ele e os pais se mudaram e estavam morando em uma casa do lado da minha, ficamos amigos muito rápido, e eu passava metade do meu tempo brincando com ele. Eu adorava correr naquela rua em uma brincadeira qualquer com ele e com outras crianças da vizinhança, eu me sentia livre.
Parando por alguns segundos, Harry debatia mentalmente se contava tudo ou só partes do que aconteceu. Era a primeira vez que ele falava tudo isso em voz alta para alguém que não fosse Niall.
— Os anos passaram e tudo continuou igual, eu brincava, me machucava, suava e quando chegava em casa, minha mãe me recebia com um abraço e um sorriso enorme, me perguntando como foi a minha tarde com meus amigos. Com sete anos eu tinha permissão para ir sozinho com o Ni até uma pequena sorveteria que tinha na esquina, era um dos momentos que eu mais amava, porque mostrava que meus pais confiavam em mim para sair sozinho. Na época entre meus dez e onze anos isso mudou tanto, tudo mudou.
— Está confortável para continuar? — Louis perguntou ao perceber que Harry travou e não disse mais nada.
— Meu pai começou a me impedir de fazer qualquer coisa, eu não podia mais ver os meus amigos ou brincar com eles, não podia mais correr nas ruas com o Niall ou só sentar na grama do jardim da frente para olhar o céu e falar de qualquer coisa que fosse interessante para duas crianças. Não podia mais sair para nenhum lugar que não fosse a escola. Ele me mantinha preso em casa a qualquer custo.
— Ele em algum momento tentou justificar o porquê de fazer isso?
— Dizia ser pelo meu bem e pela minha segurança. Minha mãe mudou comigo também. Ela sempre me colocava para dormir, me cobria e me dava beijos de boa noite, mamãe sempre foi uma mulher sorridente, o sorriso dela é o mais lindo e eu adorava quando ela sorria para mim, Louis. Era sincero e carinhoso, e isso sumiu de um segundo para o outro. Eu passei a receber apenas cumprimentos, sem beijos, sem abraços e sem sorrisos. O café da manhã que era regado a conversas e risadas, se tornou algo monótono, onde só se ouvia o som dos talheres, mamãe não sorria mais e parecia que tudo tinha se tornado seco e frio.
Louis beijava calmamente a bochecha do mais novo, sempre dando a ele espaço e tempo para lhe contar como achar melhor. Ele não estava gostando do que estava ouvindo, mas sabia que isso não era nem metade da história.
— Me sentia preso, porque eu estava realmente preso. Meu pai ficou diferente, brigava por tudo, o que eu fazia nunca era bom o suficiente, não podia questionar sobre nada. Qualquer coisa que eu falasse, virava motivo para gritar comigo e até... Me bater. — Harry engoliu seco, apertando o ombro de Louis, e sentindo suas mãos tremerem levemente. — A primeira vez que ele me bateu, foi quando eu estava tão sufocado por não poder ver nada além daquelas paredes, que eu implorei para sair com o Niall, ele não gostou e m-me bateu tanto que eu quase não consegui me manter em pé depois.
— Quantos anos você tinha quando isso aconteceu? — perguntou perplexo.
— Estava prestes a completar doze. Depois disso, tudo foi piorando, meu pai ficava mais agressivo, gritava por tudo, brigava por qualquer merda e tudo era descontado em mim. Minha mãe nunca fez nada a respeito, mas ela nunca estava perto quando isso acontecia, fui aos poucos percebendo que não me livraria da situação, e aceitei que era obedecer quieto e calado, ou apanhar até que ele se sentisse satisfeito.
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Frustration || Larry Stylinson
FanfictionF.r.u.s.t.r.a.ç.ã.o 1.PSICANÁLISE Estado de um indivíduo quando impedido por outrem ou por si mesmo de atingir a satisfação de uma exigência pulsional. Harry é um garoto de 18 anos que nunca teve a oportunidade de aproveitar sua adolescência devido...