13.

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Doncaster, 1997, 24 anos atrás.

A adolescente com longos cabelos escuros corria em direção a sua casa. Lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto, os lábios tremulavam de medo. As pernas bambas e trêmulas se movimentavam o mais rápido que ela conseguia.

Tudo que ela queria era a segurança da sua casa. O conforto dos braços dos seus pais. E principalmente, queria ficar longe dele.

Ao finalmente ver as pequenas cercas brancas, assim como a grande varanda, ela se dispôs a correr mais rápido, e em poucos minutos a garota passava de forma afoita pela porta de madeira maciça. Rapidamente chamando a atenção do homem sentado no sofá branco, que antes estava ocupado com o trabalho.

— Anne, o que houve, filha? — perguntou preocupado, assistindo a adolescente respirar fundo várias vezes tentando recuperar o fôlego.

Ao olhar para o homem, à sua frente, ela soltou o choro que tanto a estava sufocando. Era alto e qualquer um veria que se tratava de um choro extremamente doloroso. Seu corpo tremia fortemente, e ela só não foi ao chão porque seu pai a segurou a tempo. Mantendo a doce menina entre seus braços, a acalmando devagar.

— Ei, me conte o que houve. Por que está chorando? — ele tentava entender do que se tratava, já que Anne se agarrava ao seu corpo como se dependesse disso para viver.

— E-Ele... Ele m-me bateu e-e foi h-horrível, papai. — conseguiu murmurar entre o choro.

Anne levou uma das mãos até os próprios lábios onde havia um corte superficial que ainda sangrava um pouco, sentindo parte do seu rosto latejar dolorido.

— E o que você fez para que ele batesse em você, hm? Vocês namoram a bastante tempo, nunca vi uma briga que não tenha sido começada por você fazer besteira, filha. — disse em tom repreensivo.

— E-Eu não fiz nada, pai. Eu juro que não fiz. — ela balançava a cabeça de um lado para o outro, tentando convencê-lo da verdade.

— Então me diga qual o motivo para tanta besteira! — falou um pouco mais alto, não aguentando mais todo aquele choro e os resmungos que ouvia vindo da menina que tentava falar o que tinha acontecido, mas o choro não a deixava concluir suas falas.

Ela tentou controlar tudo que estava sentindo, engolindo o choro como eles sempre a ensinaram a fazer, respirou fundo e finalmente conseguiu concluir uma fala de maneira coerente.

— Estávamos na casa dele, como em todos os fins de semana. Íamos assistir a um filme que ele alugou, e-e ele começou a passar a mão em mim, nas minhas pernas, eu disse para ele parar, mas ele não quis, e eu insisti dizendo que não q-queria. Então levantei para vir embora, mas Desmond não gostou e tentou me convencer a ficar e continuar com o que ele estava fazendo...

— Viu só? Eu disse que você tinha feito algo para que a briga acontecesse. — disse com desgosto, revirando os olhos e voltando para onde estava anteriormente.

— O quê? — Anne questionou não entendendo a reação de Brian.

— Ele queria sexo, algo natural, e você negou. Ele teve motivos para brigar.

— Mas ele me bateu. — retrucou inconformada, sentindo os olhos voltarem a lacrimejar.

— Foi para te ensinar, meu bem. Sexo é quase uma necessidade de todos os homens. Ele tem 22 anos, é óbvio que iria querer isso. Não está certa em negar algo a seu namorado. Logos vocês vão casar, é sua obrigação dar a ele tudo que Desmond quiser.

— Mas...

— Você é mulher, querida. Sua mãe e eu a criamos bem o suficiente para saber qual é o seu lugar, certo? Você obedece ao seu homem, se ele pede, você o dá. Se ele quer, você faz, se trata de obrigações. E a sua como namorada dele, é aguentar tudo, e continuar ao lado dele.

Frustration || Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora