Tokyo Revengers Pets

Kazutora 🐶

VISÃO DA S/N [ Mari]

E lá estava ele, aquele cachorro danado que insistia em roubar a minha comida, não importa quantas pessoas estivessem espalhadas pelo parque ou o quão apetitosas suas comidas pareciam, ele sempre roubava a minha.

-- Volta aqui! -- corro atrás do cachorro que estranhamento possuía "mechas" amarelas.

Ele fugiu outra vez....mas um dia eu pego ele! Juro que pego!

Passei pelo parque enquanto voltava do trabalho, os postes já tinha suas luzes acesas mesmo que ainda houvesse luz do sol, me olhei no reflexo de uma loja quando passei por ela.

Aquele homem já não estava andando atrás de mim um quarteirão antes?

Acelero o passo já sentindo meu coração bater mais rápido, viro levemente a cabeça para olhar e ele também havia acelerado o passo, virei duas ruas a direita, andei pois dois quarteirões e dobrei a direita de novo, voltando ao parque.

Ele ainda está me seguindo, então eu eu estou certa!

Nesse momento eu sabia o que deveria fazer, entrar em uma loja e pedir ajuda, mas a adrenalina me fez cometer uma burrice, sair correndo.

Percebendo que eu o tinha percebido o perseguidor corre atrás de mim, nesse momento o céu já era manchado de laranja e rosa, meus passos rápidos me levam a uma rua estreita que eu conhecia bem, sabia perfeitamente para onde levaria e que eu poderia despistar facilmente o homem.

Não pensei que iria usar esse caminho outra vez.

Eu participei de uma gangue quando mais jovem, eu não era a mais forte, a mais inteligente ou a mais rápida, mas eu era a pessoa perfeita para escapar, perseguir, espiar e entregar as coisas, uma mensageira, espiã, ladra... a menina sorrateira, a fantasminha.

Mas eu havia me esquecido de um detalhe importante: eu não era a mais rápida, antes de eu atingir três metros a frente o homem já havia me jogado contra o chão.

-- SOCORRO!! -- Grito a plenos pulmões, mas antes que eu pudesse gritar de novo o homem já estava tampando minha boca.

-- não adianta gritar, você já era fantasminha -- ele sorri travesso pondo a mão no bolso.

Antes que eu pudesse ter algum tipo de reação o mesmo cão que sempre roubou minha comida pula no homem mordendo seu braço com força o suficiente para tirar sangue.

-- Da onde veio esse vira-latas!? -- Grita ele, eu me levanto e dou um chute no rosto dele, ele cai para trás e o cão o solta.

-- me segue! -- falo e começo a correr para as ruas que eu tão bem conhecia, o cão me segue, eu podia ouvir o homem nos seguindo, mas como eu disse: eu conhecia muito bem essas ruas, não demorou para despistar o homem e chegarmos a rua da minha casa.

-- Kazutora -- decido sorrindo -- vou te chamar de Kazutora -- aquele cão não tinha mais saído de perto de mim depois daquilo.

Bem, eu disse que iria pega-lo de um jeito ou de outro.

-- Kazutora! -- o chamo enquanto corro pelas ruas escuras, ele larga o braço do homem e corre atrás de mim -- francamente...só eu mesmo pra voltar com o trabalho sujo....mas eu até que gosto dessa sensação -- falo comigo mesma, eu e Kazutora dobramos em algumas ruas até chegar em um galpão abandonado, lá dentro um homem de moletom e luvas sem dedos nos esperava -- aqui -- jogo um envelope para ele -- tome cuidado, tentaram interceptar a mensagem.

-- o que aconteceu com a pessoa?

-- Cuidamos dele -- aponto para o cachorro atrás de mim.

-- obrigado, desculpe pedir isso a você depois de tantos anos, mas você é a melhor, e isso é importante -- ele ergue o envelope e depois se vira indo embora.

-- vai me dizer o que tem aí? -- pergunto sorrindo.

-- algum dia talvez, mas não hoje, ainda é arriscado de mais -- ele ri e desaparece nas sombras.

-- não custa tentar né? -- Rio e olho para Kazutora -- quem é o bom garoto? É você! É você sim!

Eu começo a brincar com a pelagem dele enquanto ele abana a calda alegremente, depois que voltamos para casa eu coloco na orelha dele o brinco de sino que ele tanto ama, mas que eu tirei para não atrapalhar.

-- você é meu talismã da sorte -- comento deitando no chão da sala.

-- Aw? -- ele late confuso enquanto deita na minha barriga.

-- desde que te encontrei as coisas estão indo bem, finalmente sai do meu trabalho de merda e achei outro bom que me dá tempo, e um velho amigo pede minha ajuda e quando eu vou resolver....pá! É super fácil -- acaricio as orelhas dele -- como eu disse, você é o meu talismã da sorte.

-- Aw Aw -- ele late contente sem sair de cima de mim, mas sua calda começa a abanar de um lado para o outro -- Aw Aw!

-- o que foi meu anjo? Você tá tão animado assim só pelo que eu disse?

-- Aw! -- ele começa a lamber o meu rosto.

-- não faz isso -- Rio tentando afastar ele de mim, eu amo o Kazutora, mas quando ele fica carente assim é difícil de lidar -- me deixa levar vai.

E assim se inicia a batalha, eu tentando levantar e Kazutora tentando me impedir. Mas depois de eu desistir e apenas ficar esparramada no chão ele se cansa e apenas volta a se deitar em cima de mim.

-- ....tô com fome -- resmungo tentando me levantar, Kazutora sei de cima de mim e eu aproveito para ir no banheiro e depois ir pegar algo na cozinha -- por que eu comprei tanta coisa se só tem eu pra comer tudo isso?

-- Aw!

-- não vou te dar comida de humano, já te disse isso, tem tanta coisa misturada que faz mal pra você.

-- Aw...

-- não me olha assim.

Depois de comer algo eu vou para o meu quero e me deito na minha cama, Kazutora sobe na cama e deita novamente em cima de mim.

-- você gosta de ficar assim né?

-- Aw!

-- seja um bom menino e me deixe respirar.

Ele sai de cima de mim e apoia só a cabeça na minha barriga.

-- bom garoto.

-- Aw!