Capítulo 27 - 23/11/2021

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Cancún, México

HOSPITAL

Heron fica sem reação ao saber que Cláudio está tetraplégico.

Teodoro — Então isso quer dizer que o Cláudio nunca mais vai andar, doutor?

Médico — Dizer que ele nunca mais vai se movimentar é algo muito definitivo. Já que em alguns poucos casos, algumas pessoas conseguiram recuperar os movimentos do corpo. Como dizem: cada caso é um caso.

Heron — E na situação em que meu tio está, ele ainda pode voltar a se movimentar algum dia?

Médico — Ainda é muito cedo pra qualquer afirmação. Talvez ele recupere alguns movimentos do corpo, com a ajuda de fisioterapia. Mas voltar a andar, será pouco possível. A situação dele não é nada boa.

Heron — Meu Deus!

Teodoro — Ele já pode receber visitas, doutor?

Médico — A partir de amanhã, sim.

Em casa, Eva conversa com Teresa, sobre a morte de Ivone, dentro do seu quarto.

Eva — Como que uma jovem, com um tudo pela frente morre de maneira tão trágica, e um canalha como Cláudio consegue sobreviver? Esse mundo é muito injusto.

Teresa — É, às vezes a vida é injusta. Mas ela vem, cedo ou tarde a justiça sempre vem.

Eva — Você pode até achar que eu estou sendo cruel, Teresa. Mas eu quero mesmo é que o Cláudio morra, só que antes, eu preciso dizer tudo que tá entalado aqui dentro de mim.

Teresa — Eu não acho a senhora cruel. O seu marido não te respeitou durante todo esse tempo que vocês estão casados, e quando a senhora finalmente resolve dar um basta nisso, ele é levado quase morto para um hospital, e atrapalha novamente sua vida.

Eva — Ah, mas a minha vida ele não vai atrapalhar mesmo. Isso não. Dessa vez eu não vou deixar de seguir o rumo que eu desejo por causa dele, mas não vou mesmo.

Teresa — É assim que se fala.

Eva — E você, se quiser, pode vir comigo. Eu tive que adiar minha mudança para o Rio. Mas logo logo eu irei. Não vou nem desfazer as malas.

Teresa — Mas é claro que eu quero ir com a senhora. Eu vim do Brasil para o México com a senhora e vou voltar para o Brasil com a senhora.

Eva abraça Teresa.

Eva — Obrigada, minha querida. Você não é minha funcionária, é minha amiga. E é por isso que eu te quero sempre ao meu lado.

Amanda bate na porta do quarto de Eva, e entra em seguida.

Amanda — Eva, desculpa o jeito que eu entrei. Mas é que eu preciso falar com você, sobre o Cláudio.

Eva — E o que foi agora? Não me diga que aquele desgraçado morreu.

Amanda — Não. Ele tá vivo. O Heron me ligou e pediu para que eu viesse até aqui te contar o que aconteceu com o Cláudio.

Eva — Então me diz, Amanda. E não se preocupe, querida. Nada mais me abala.

Rio de Janeiro, Brasil

Bairro Vila da Penha

LANCHONETE E RESTAURANTE DONAS DA VILA

Regina e Dorotéia estão ansiosas para a inauguração que está perto de acontecer.

Saulo — Tia, me passa um prego.

Dorotéia — Cuidado, meu menino. Não vá cair dessa escada, pelo amor de Deus.

Regina — Amiga, relaxa. O Saulo sabe o que tá fazendo. Eu sei que você tá ansiosa, eu também tô. Mas vamos deixar ele trabalhar.

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