O Di Angelo?

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Anne respirava com dificuldade. Carl, seu irmão, levantava os braços falando ' Vamos lá Rosa! Você consegue!' 

Rosa era o novo apelido que seus irmãos deram a ela, pelo fato de ser tão frágil quanto tal flor e ficar vermelha com facilidade, e,  segundo seus irmãos, ser 'espinhosa'. 

Ela riu baixinho ao lembrar da historia e passou a bola para Carl, que deve ter feito cesta, sei lá, ela estava distraída demais notando que aquele garoto emo estava olhando para eles, aquele garoto era esquisito. Haymitch falou algo sobre um tal de 'Perry Jackson' que... Perry? Não, não era Perry. Era Percy. Isso, 'Percy Jackson' que venceu uma guerra e blá blá. Anne automaticamente imaginou Percy como um cara grande e musculoso de cabelos loiros e olhos penetrantes que agora morava no Alasca com a heroína de guerra igualmente bonita Annabelle Chuse ( Anne achava que era isso). Mas quando viu sua foto, era um pouco menos Zack Efron do que imaginou. Mas aquele garoto... Ele parecia mais o garoto zoado da escola do que um herói de guerra

Anne acenou, o garoto ficou sem reação.

-O Di Angelo, Rosa? Sem chance. - Disse Carl

-Te dou dez dracmas se você conversar três minutos com ele. - Julie intrometeu-se.

 Anne sorriu e se esforçou para levantar apenas uma sobrancelha.

-Isso é um desafio? 

 Alguém joga a bola de basquete em direção dela, que pegou rápido apesar dos reflexos indignos de uma filha de Apolo. 

-Bom, eu aceito o desafio... Mas quero dólares, e não dracmas.

-Como você quiser. Dez dólares.

 O almoço estava uma delícia. Anne não sabia se iria comer tanto quanto isso depois, porque se sentiu enjoada automaticamente. O garoto não estava lá no refeitório, e ela queria as dez pratas. 

-Rosa, ele deve estar perto do Lago. Sempre fica lá. Vai dar uma olhada. 

-Calma aí, estou comendo. 

- Ainda?

-Já vai tocar o sinal de volta pra sala, tia?

Anne demorou mais dez minutos para comer, e então foi ao lago acompanhada de Julie e Carl. Ela ainda estava abismada com a beleza furtiva do acampamento. As árvores, as naiades, tudo era mais que mágico demais para ela, o que fazia com que Anne se sentisse triste. Porque ela tinha que ter conhecido o acampamento meio-sangue logo gora, que não sabia mais quanto tempo tinha? Ela queria poder ter a chance de passar anos e anos naquele lugar fantástico, mas tudo a fazia pensar que não teria a chance 

Anne respirou fundo, levando para longe os pensamentos ruins. Então, o viu. Ele estava sentado no banco perto do lago. Carl e Julie a empurraram e ela quase caiu cima dele.

-Her... Oi... Sou a Anne...Lembra?

- Oi... Você vai sentar aqui? Eu já estava saindo...

- Não! Não precisa!

  Ele franziu a testa.

-Ok. .. tchau então...

- Não posso sentar aqui contigo?

  O olhar dele demonstrava surpresa. 

-Você quer sentar do meu lado?

 Anne ouviu a voz esganiçada de Julie dizendo algo baixinho. 

-Ér... Sim...

Aquilo ia ser mais complicado do que ela a achava que seria. 

Mas Anne não tinha medo, então riu e disse 

-Então... E o tempo? Tá calor, né?

-Você está puxando conversa comigo?

 Anne sorriu mais.

-Acho que aqui está calor demais para um dia de outono.

-Me desculpe. Não gosto de conversar.

O que ele disse irritou Anne de uma maneira esquisita. Como assim? Conversar? Agora eles iriam dever 20 pratas pra ela, por que eles iam conversar um pouquinho.

-Sério? Legal. Mas, você não acha esquisito aqui não fazer frio? Quer dizer, é outono!

 O garoto passou a mão na nuca.

-Tchau, Anne...

 Ele tentou escapar, mas Anne segurou sua mão e a expressão passou de surpresa para horror.

- Ah, se você está sem tempo pra falar agora gente poderia se ver daqui há uma hora...

-NÃO GOSTO DE CONVERSA. 

- Pra gente conversar  melhor. 

 Anne soltou a mão dele que saiu andando de trás com uma expressão estranha no rosto. 

-Já te disseram que você é meio invasiva, garota? - Disse ele. 

-Foi legal falar com você também Di Angelo.

  O garoto sumiu de vista. Carl e Julie correram até Anne.

-20 DÓLARES SE ELE FOR!- Gritou Julie.

-Aceito.

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