Minha amiga Anne

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-Oi. – Disse ela ao entrar no chalé de Hera. Era incrível como em mais de um mês não tinham consertado o chalé de Hermes. Mesmo sabendo que se ficassem de molezas, poderiam ser amaldiçoados por algum deus, o que não era legal.

-Oi. – Respondeu ele, sorrindo. Anne odiava o jeito que Cameron olhava para ela. Como se fosse uma moeda nova refletindo a luz do Sol. – O que faz aqui?

-Estou precisando falar com você sobre duas coisas. Importantes. As duas.

Ele balançou a cabeça. O cabelo havia crescido e estava despenteado, caia livremente sobre os olhos azuis claros.

Cameron fechou a porta com um estrondo, como se estivesse escondendo alguma coisa dentro do chalé.

- Não vai me convidar para entrar? – perguntou ela, cruzando os braços.

-Meus irmãos estão lá dentro.

-E...?

-Eles são chatos.

Anne franziu a testa, vendo o garoto morder a parte de dentro do lábio e procurar um ponto fixo para encarar.

Sinais óbvios de mentira.

-Você está mentindo.

-Não estou, não.

-Cameron, eu te conheço desde a época em que você era feio. Me fale a verdade.

Cameron sorriu.

-Você me acha bonito agora?

-A verdade.

Eu suspirou.

-Tudo bem! É que eu ainda não contei para eles que a gente tá junto.

-Deve ser porque a gente ainda não está junto.

-Bom, que a gente está quase junto.

-Ok. Por que não?

Cameron balançou a cabeça e ela descruzou os braços, as pulseiras vermelha com um grande pingente brilhante em forma de caveira que ela ganhara de Nico se enroscando nas outras que usava.

-Olha, podemos conversar sobre isso depois? Me conta o que você quer contar primeiro.

-Tudo bem. – Anne suspirou, entregando um pequeno papel á ele. – Meus pais vão fazer um jantar de Natal lá em casa, o endereço está aí. Eles disseram que eu poderia chamar um pessoal do acampamento. Já falei com Mitch, melissa e Julie. Agora você depois o Nicolas. Como eu sei que vocês vão ficar de pernas pro ar o dia todinho, eu pensei que...

- Anne, não chame o Di Angelo. – Disse ele, pausadamente, cruzando os braços desta vez.

- Por que não?

-Você ainda pergunta? Ele já te machucou demais.

-Você falando assim me faz parecer uma boneca de porcelana. Até parece que eu não quis ser machucada.

-Eu não vou deixar. Olhe para os seus pulsos. Estão machucados, com pontos! Por causa dele!

-E o que você quer que eu faça? O deixe para trás? Eu não posso deixa-lo, para trás. Ele vai desmoronar. Eu o amo, mas acima de tudo ele é meu amigo. Eu não vou deixa-lo sozinho.

O rosto de Cameron se contorceu em uma careta de nojo.

-Você não precisava dizer isso.

-O que? Que eu o amo? Essa é a verdade. Mas eu não posso fazer isso. E é aí que vem a segunda coisa que eu queria te falar... Eu gosto de você Cam. Gosto muito...

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