Você é um covarde.

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A cabeça de Anne rodopiou. Por fora, estava calma e tranquila, por dentro, estava chorando. 

 Leucemia, hoje em dia, era... Curável, o que faz com que parte dela ficasse consideravelmente esperançosa . Mas não era uma gripe. Era câncer.  

Nico só piorava. Ele era diferente da maioria da maioria das pessoas que Anne conheceu, com seu jeitão sozinho e misterioso, isso o tornava mais real e ao mesmo tempo engraçado. Além do mais, ela sempre gostou de conquistar as coisas mais difíceis, e aquele garoto era um ponto de interrogação em forma de pessoa. Anne gostava do jeito com que franzia a testa quando ela tocava sua mão. 

Mas talvez ele só fosse um babaca. Quer dizer, qual a credibilidade daquela informação? Só por que ele era tipo... Filho do deus da morte... ou, sei lá... herdeiro do mundo dos mortos, ele acha que poderia soltar uma informação daquelas do nada?

Ela riu. A credibilidade da informação era meio alta. 

-Tudo bem. Todos nós vamos morrer um dia. Não é? - Anne secava as lágrimas que não conseguia conter. - Só que eu pensava que demoraria mais. Eu pesava que poderia... Sei lá. .. Me casar ter filhos... Viver, pelo menos um pouquinho. Mas tanto faz. Não te diz respeito, né, Di Angelo? Obrigada pelo recado estranho. 

- A morte não dói. Ela vem e vai como uma onda que... Você está chorando?

- Não! 

- Está sim! Pare de chorar!

-Eu to rindo dessa frase que você ia soltar - ela forçou um sorriso no meio das lágrimas que iam caindo sem parar- A morte vem e vai como uma onda... Patético demais. Tem que parar de ouvir Evanescence. 

-Para de chorar!

- Pare de gritar comigo! É involuntário! - Anne ainda secava as lágrimas rapidamente. - Por que se importa tanto, Di Angelo?

-Eu... Não me importo! 

 Anne sacudiu a cabeça

- Eu sei. O recado está dado, não? Ótimo.- As lágrimas corriam.- Vou ver se posso chorar em paz no meu chalé. Tenha uma boa noite, senhor Di Angelo. Espero que o peso do seu coração também seja tão pesado quanto o do seu sono. 

Anne se virou e saiu. Passando propositalmente pelo garoto para dar uma ar de 'drama'. Nico não era o único que sabia soltar umas frases ruins e dramáticas.

-Ei, espera...- Ele pegou a mão dela, e percebeu no ato o que havia feito. E soltou-a rapidamente.

- Você soa como um covarde, Di Angelo. Sabia? - Nico sabia a resposta. Não ousou falar a verdade.- O que você ganhou com isso? Ficar escondido? Quanto tempo você acha que vai demorar para alguém realmente gostar de você a ponto de furar a sua bolha? - Anne disse, sua voz tremia.- Eu vou morrer, Nico. Mas, sinceramente, espero que algum dia alguém seja capaz de fazer isso por você. Sinceramente. -E só. Foi embora simplesmente. Deixando Nico desolado. 

Era verdade? ? Ele era covarde? Bolha? O que? 

Nico não ligava, recado dado.

Agora ele ia dormir. 

★☆★☆

  Ele conversava com Bianca no sonho, como a maioria deles. Mas ela ainda não o respondia. Ficava imóvel. Nico tentava ao máximo falar com ela, convencer Bianca á ficar. 

- Bianca! Por favor! -ela não respondia.- Bianca! Não há um só dia em que penso em você ou o que aconteceria se eu estivesse com você ao meu lado. Me desculpa! Estou sozinho sem você, não vá embora, por favor!Preciso de você aqui para me proteger! Eu..

Bianca piscou, e os olhos se tornaram azuis claros e brilhantes, sua voz era esganiçada e curiosa. A voz de Anne.  

- Você é um covarde. Sabia?

Nico acordou com pouco ar e as 5 palavras repetindo-se na cabeça.

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Ei, pessoal, que tal alguns comentários? Por favor!

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