Nico acordou com uma dor de cabeça tão grande que jurou estar com algum tipo de problema no cérebro.
Não tinha ninguém no chalé escuro, mas ele tinha a sensação de que alguém esteve ali na noite passada, cujo não lembrava de nenhum acontecimento.
Ele se sentou. O mundo girou. Nico passou a mão sobre os curativos no lado do rosto.
Droga.
Ele se lembrou das coisas simples. Whisky e néctar. Uma briga com Cameron. Declarações para Anne, que tinha chegado ali do nada.
Que droga, meu Deus que droga... Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara. Ela vai me odiar. Ela já estava brava comigo... Eu sou tão... - Pensou. - Tão... idiota.
Foi ai que a frase lhe virou a mão na cara. E, doeu muito.
'Sabia que já fui apaixonado por um garoto?'
Nããããããããão
-Anne! - Nico levantou de súbito, fazendo a terra rodopiar. Precisava falar com ela. Agarrou um dracma, que caiu no chão e foi parar em baixo do criado-mudo. - Ah! Droga!
Plac! - O barulho da porta fez.
-Já acordou Nicolas? - era uma voz calma e quente. Como se tivesse preocupada e debochada ao mesmo tempo.
-Anne!
Nico correu até ela, tropeçou e caiu de cara no chão. Anne deu uma gargalhada tão grande que ele juraria cair quatro milhões de vezes só para ouvir. Seus dedos finos se fecharam sobre o pulso dele como aquelas garras de metal de brinquedos de fliperama e o levantaram. Anne respirava fundo, recuperando o ar que perdera de tanto rir da cara dele. Carregava um saco de papel de onde saia um cheiro maravilhoso.
-Você se machucou?
-Estou bem...O que faz aqui?
- Eu meio que vim pelo Sol. Não espero que você entenda. E dessa vez vou ficar. Eba!. -Anne levantou os punhos em comemoração.
-Porque?
-Bom... É que o tratamento do meu padrinho...Não atingiu a meta. E eu ainda não parei de morrer. Vou ter que fazer um transplante de medula. É muito raro um doador compatível, pois mesmo que o sangue seja compatível, o corpo pode interpretar como antígeno e colocar anticorpos para combater a medula. Ai quebra o sistema. Entendeu? Não espero que você entenda. -Disse ela ao encarar a expressão 'o que?' De Nico.- Mas é isso ai. Em outros países, isso demoraria um ano, mais ou menos, mas segundo você eu tenho quatro meses e meio. Então meu pai me disse para eu ficar aqui, pois os Estados Unidos possui o maior banco de medulas, enquanto eles arrumam as malas para vir morar aqui também.
-Ótimo
-Nossa.Que ótimo mais seco.
Nico queria abraça-la. Aperta-la forte. Mas apenas sorriu e disse:
-Ótimo com água.
-Fala sério. Trouxe isso aqui para você - O saco cheiroso estava cheio de irresistíveis pãezinhos que Nico comeu até se sentir enjoado e quase botar os blofes para fora. Mas ele resistiu, enquanto Anne cuidava de seus machucados na face.
-Não se mexa... Acabei.- O rosto de Nico estava com novos e brancos curativos. Ele se deu conta que estava sem camisa e corou bruscamente.
-Preciso falar com você sobre uma coisa. Uma coisa que você me disse ontem.
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Dias contados
Teen FictionAs pessoas alegam Nico di Angelo de ser o 'Cara sozinho que senta na beira do lago e fica observando, só observando'. Bom, ele é assim mesmo. Acha o amor uma coisa que não se deve preocupar, pois... Sei lá, é fútil. Mas Anne, uma cidadã anônima d...