Jungwon
Naquela manhã turbulenta, todos estávamos preocupados com Sunghoon.
Após voltar do teste, nosso irmão parecia estranho. Não pude ver com meus próprios olhos, pois estava cuidando de Heeseung, mas as garotas me disseram que muitas vezes ele permanecia em silêncio por muito tempo, perdido em seus próprios pensamentos e vez ou outra encarava com duvida seus pés e mãos.
E neste momento ele estava dentro do banheiro, trancado lá há muito tempo, tempo demais. Ele pensa que não sabemos, mas ele se tranca lá toda vez que precisa ficar sozinho. Porém, meu irmão nunca passou tanto tempo assim lá dentro.
– Sunghoon está em dúvida pois não se queimou com o gelo lá fora. – Disse Heeseung olhando atentamente para a parede em sua frente, como se refletisse consigo mesmo. – Ele vê fogo em suas mãos. – Falou agora chamando minha atenção, mesmo que já a tivesse captado momentos antes.
– O que? – Perguntei me aproximando dele, que se desviou de meu olhar e fechou os olhos para dormir.
Neguei com a cabeça, era realmente difícil para mim saber que algo está acontecendo e eu não estou ciente do que é. Não sei como podem haver tantos segredos em uma casa aonde os habitantes da mesma são a única família uns dos outros.
Assim como Heeseung, decidi ir dormir. Me deitei na cama em que normalmente durmo, na outra extremidade do quarto que divido com meu irmão mais velho. Embora não conseguisse desligar meus pensamentos a respeito do que estava acontecendo com meu outro irmão. E sobre o que Hee falou agora pouco. Como assim Sunghoon "vê fogo em suas mãos"?
[...]
Ao acordar de manhã notei que não estava deitado na minha cama como o usual. Mas antes de me surpreender cheguei rapidamente a conclusão de que estava em um teste.
Me levantei do chão aonde fui deixado e olhei ao redor, estava em uma floresta. A floresta que rodeia a velha casa onde vivo. Ao que parece, já não estávamos mais no inverno. Embora a luz solar não entrasse por entre as copas dos altos Pinheiros que me cercam.
Imediatamente pensei que deveria ir à algum lugar, todos já vivemos tempo suficiente para saber que não é uma boa ideia permanecer no mesmo lugar em um teste.
Comecei a caminhar deixando minha mente vagar sobre o propósito de tudo isso e chegar a conclusão que na verdade, não há sentindo em absolutamente nada.
Enquanto caminhava naquela densa floresta escura comecei a pensar na casa velha onde vivo com minha família, o que eles estariam fazendo? Será que estou muito longe de la?
De repente sinto meu corpo inteiro amolecer e uma tontura se apoderar do mesmo, que em um piscar de olhos, parece se desconectar de tudo. Já não sinto meus pés e nem o solo que eles pisam, apenas uma sensação de ser levado junto ao vento.
Quanto finalmente tudo isso passa, sinto uma forte dor por todo corpo, o que me obrigar a buscar algum ferimento. Porém não encontro nada. Mas mesmo assim algo persiste em me ferir, olho para cima na esperança de descobrir o que pode estar me fazendo sentir isso e penso ter encontrado a minha resposta.
O sol
Em todos os nossos anos de vida posso afirmar com quase toda minha certeza de que nunca havíamos tido contato direto com o astro, e por este motivo, estou sentindo todo meu corpo queimar de dor, por todo seu poder e calor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑩𝑶𝑹𝑫𝑬𝑹: 𝑫𝑰𝑴𝑬𝑵𝑺𝑰𝑶𝑵
FanficA sensação de não saber diferenciar entre a realidade e a ilusão, de não saber o significado do prazer ou da liberdade, apenas da dor e do sofrimento. Não conhecemos vida além desta que temos, expostos a diferentes testes, medicamentos e dores todos...