Aya
Abri os olhos lentamente e me assustei quando vi Jungwon sentado do outro lado da sala. Estavamos em um lugar estranho, as paredes eram vermelhas e acolchoadas, posso afirmar com certeza que elas são mais confortáveis do que a cama onde dormi por anos.
Jungwon usava uma camisa vermelha felpuda de mangas longas que logo notei estar usando também. Seus cabelos estavam bagunçados, ele não olhava para mim, embora eu tivesse quase certeza de que ele sabia que eu estava acordada.
– Há quanto tempo está acordado? – Ele não respondeu. Apenas continuou em silêncio, nem sequer se virou em minha direção.
– Você poderia me contar o que aconteceu? – Perguntou sério. – O que foi tudo aquilo?
– Na festa? Bem... Eu conversei com Heeseung e ele me contou o plano dele. Concordei em ajudá-lo. – Fiz uma pausa. – Agora me responda, por favor.
– Não tem tanto tempo. Por que não me contou o plano dele?
– Não tive tempo, eu precisava de uma distração e você estava prestes a beber aquele negócio. Sabe se tem como sair daqui?
– Não, eu tentei mas parece que essas paredes anulam nossas habilidades. – Ele finalmente se virou e me olhou, bem nos olhos. – Então você tinha um plano com Heeseung, por isso sorriu daquele jeito? – Assenti.
– Queria que você soubesse que estava tudo bem.
– Pensei que fôssemos uma dupla. Por que eu não pude trabalhar com vocês?
– Não fala assim, sabe que eu teria te contado se tivesse tido a chance.
– Estavam todos estranhos naquela festa. Inclusive você. – Não tive resposta para isso. – E aquilo?
– O que?
– Aquele beijo. – Pude sentir meus batimentos mais fortes novamente.
– Me desculpe... eu... queria mostrar minha gratidão pelo que fez no baile. Vi algumas pessoas fazendo aquilo na festa e pensei que... não sei. Me desculpe.
– Por que fez aquilo de repente?
– Como assim? Eu já falei, pensei que seria uma boa maneira de te agradecer. – Suspirei, ele estava estranho. – O que está acontecendo?
– Eu não sei, estou confuso. Só isso. – Ele parecia realmente perdido. – Você sabe que não gosto de mentiras Aya, achei que você estava escondendo alguma coisa de mim.
– Não se preocupe. Você é a pessoa em quem mais confio. Uma delas. – Falei sorrindo sincera, ele sorriu levemente mas logo ficou sério novamente.
– Não sei o que vai acontecer conosco aqui. Agora que estamos presos.
– Pelo menos estamos juntos.
– Com certeza é bem melhor do que ficar sozinho. – Quase me senti ofendida, mas notei que aquilo era bom quando ele sorriu e se levantou, se sentando ao meu lado. – Me assustei quando você fez aquilo.
– Me desculpe. – Ele riu.
– Para de pedir desculpas. Eu não falei nada que te desse motivos para fazê-lo.
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𝑩𝑶𝑹𝑫𝑬𝑹: 𝑫𝑰𝑴𝑬𝑵𝑺𝑰𝑶𝑵
FanfictionA sensação de não saber diferenciar entre a realidade e a ilusão, de não saber o significado do prazer ou da liberdade, apenas da dor e do sofrimento. Não conhecemos vida além desta que temos, expostos a diferentes testes, medicamentos e dores todos...