• ☾ Capítulo 1 - The Fire Prince ✾ •

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Sunghoon

No momento em que abro meus olhos, sinto como se a claridade os estivesse queimando, aperto-os com força mas sou obrigado a abri-los novamente quando percebo que estou em uma maca sendo deslocado para outra sala.

De novo não!

Ainda sonolento espio o rosto daquelas pessoas de olhar frio que me carregavam para mais um teste desumano que me faria sentir ainda mais dor.

Sinto algo ser inserido em minhas veias, porém, isso não é nada comparado com a dor que já sinto em todo meu corpo, temo ainda ter algum osso quebrado.

As ataduras que prendiam meus braços e pernas àquela maca enferrujada foram soltas e eu fui guiado para algum lugar que não pude identificar qual era, pois meus ossos fraquejaram e eu perdi a consciência.

[...]

Quando acordo novamente sinto um arrepio percorrer minha espinha. A superfície branca e macia abaixo de mim me fez sentir minhas mãos, que apoiam meu corpo praticamente inerte no chão, queimarem aos poucos. Era neve, branca e limpa, mas mortal.

Eu estava apoiado em uma árvore, sentado, mas não tinha forças suficientes para levantar. Olhei ao redor, eu estava sozinho.

É um teste solo.

Mesmo sem conseguir, sabia que precisava me levantar, ou então morreria. Eu que vestia nada mais do que um fino pijama de linho não sobreviveria a mais de dez minutos neste frio, ainda mais caído sobre a neve.

Me apoiei na raiz alta e aparente da árvore e com esforço me pus de pé. Não sabia o que deveria fazer.

Neste mundo aonde - na maior parte do tempo - nós não sabiamos a diferença entre a realidade e a ilusão, não era seguro permanecer em um lugar sem fazer nada. Poderíamos apenas sentir dor e acordar mais aliviados por estar de volta vivos ou levar danos permanentes que não seriam nem um pouco agradáveis.

Sempre sabíamos se os testes foram reais ou se não passaram de alucinações no momento em que voltávamos para a velha construção que nos abrigava.

Eu poderia estar em um teste, ou ter sido jogado no inverno gélido para morrer.

Contudo, eu preferiria acreditar que estava sendo testado, que daqui a um tempo iria desmaiar e acordaria novamente dentro daquela estrutura velha, desejando acabar com minha dor, porém lutando com todas as minhas forças para arranjar um jeito de fugir, juntamente das únicas pessoas em quem confio. Meus amigos, meus irmãos de coração, minha única família, que lutavam e sofriam todos os dias juntamente de mim.

Haviam dois tipos de testes. Poderíamos acordar em um locar real, aonde os danos poderiam ser permanentes e dolorosos, ou passar por simulações, aonde sentiríamos dor momentânea mas logo iríamos despertar em uma cadeira negra no interior de uma sala escura com os pulsos e os calcanhares amarrados. E depois de desmaiar mais uma vez seríamos levados de volta até a velha casa onde vivíamos.

Como já houveram testes que continuaram mesmo depois de acordarmos na sala escura, chegamos ao ponto em que não sabiamos mais o que era real e o que não era.

Caminhei lenta e desajeitadamente por longos minutos. De longe, pude ver a velha casa se aproximando e cada vez mais adentrando o meu campo de visão. Eu sentia a neve queimando meus pés descalços a cada passo que dava, mas não parei até que senti minhas pernas fraquejarem e meu corpo cair com um baque no chão macio e gélido abaixo de mim.

𝑩𝑶𝑹𝑫𝑬𝑹: 𝑫𝑰𝑴𝑬𝑵𝑺𝑰𝑶𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora