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ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ 15:23 PM
Alicia

Nesses últimos dias conversei com a minha mãe sobre eu ir atrás de uma ajuda psicológica e ela foi super a favor então viemos até o centro de saúde daqui de Long Island e marcamos uma consulta pra hoje. Agora eu estava sentada esperando pela minha vez enquanto mamãe estava em ligação no lado de fora, podia sentir meu coração acelerado,  minhas mãos trêmulas e minha respiração ofegante, uma crise de ansiedade antes de entrar em um psicólogo deve ser bem normal já que vou ter que falar sobre minha vida e meus problemas com alguém desconhecido, mas é melhor passar por isso do que acabar me perdendo cada vez mais em mim mesma.

—Alicia Muller se dirigir ao setor psicológica, sala 3. – Ouço meu nome saindo da velha caixinha de som e correr pelo grande espaço onde estávamos.

[...]

—Eai como foi lá? – Minha mãe pergunta quando finalmente chegamos em casa.

—Essa primeira consulta foi mais pra gente se conhecer, não tanto para falar das coisas que acontecem.

—Entendi, e você vai precisar de algum remédio ou algo do tipo?

—Bom, ela disse que por enquanto não mas se minha ansiedade piorar ou se eu começar a ter muitas crises depressivas aí ela vai me encaminhar pra um psiquiatra e ele vai ver isso. – Digo e ela só concorda com a cabeça.

Não queria falar cem porcento das coisas que acontecem pra minha mãe não por que não me sinto confortável ou algo do tipo, eu só não quero deixar ela preocupada.

—Vou encontrar com Gus daqui a pouco, tá bom?

—Quem é Gus? – Ela pergunta e eu me toco que eu saí escondida com o Gus aquele dia então ela não sabia quem era ele.

—Um amigo de escola, nome dele é Gustav.

—Só toma cuidado. – Diz dando de ombros.

[...]

—Não aguento mais a merda daquela escola. – Ouvia Gustav dizer pela décima vez naquela tarde. – Qual o sentido deles obrigarem a gente a fazer coisas que não vão ser úteis na nossa vida.

—Já entendi Gus, qual o problema?

—Só acho desnecessário a maioria das matérias e o tempo que a gente fica na escola.

—Ou tu continua lá ou saí seu problema é fácil de se resolver, você tá a tarde inteira reclamando disso, e ficar falando não vai mudar merda nenhuma. – Digo e sinto Gustav respirar mais pesadamente.

—Tá bom eu não falo mais nada. – Diz e ficamos alguns minutos em silêncio. –Acho que vou embora já que eu falo demais. – Diz dando ênfase ao final de sua frase.

—Vai lá. – Digo simples.

Eu realmente não estava afim de lidar com esses tipos de surtos do dele, cresci vendo meu pai dramatizando situações pequenas que nem Gus fez.

—Só isso que você vai falar? – Gus pergunta.

—Sim, você quer que eu fale o que?

—Achei que você se importasse comigo.

—Eu me importo Gustav, mas não estou afim de falar o que você quer ouvir. – Digo.

—Você é a mesma merda que a minha ex. – Diz se levantando e indo embora.

Quando alguém começar a agir assim não dê atenção vai ser o melhor jeito da pessoa se distanciar e pensar, mas palavras machucam mesmo que sejam mínimas, espero que ele saiba disso.

—FODA-SE. – Grito para Gus e ele vira a cabeça dando um sorriso de canto e continua seu caminho.

𝚂𝚃𝙰𝚁 𝚂𝙷𝙾𝙿𝙿𝙸𝙽𝙶 Onde histórias criam vida. Descubra agora