12: butterfly effect

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ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ 00:21 PM
Gustav

— E quem é a pessoa Gustav? – Alicia me perguntou. Várias coisas se passaram na minha cabeça e eu não sabia ao certo o que falar, eu dizia a ela o que eu estava sentindo ou continuava guardando isso pra mim mesmo.

— Não é ninguém, era só curiosidade para saber o que você faria. – Disse e Alicia se aproximou de mim umedecendo os lábios.

— Jurava que você ia falar alguém. – Disse ela se afastando e sorrindo. – Mas e como anda as coisas que você está fazendo? – Perguntou.

— Sobre a mixtape? – Pergunto de volta e ela concorda com a cabeça. – São ao todo onze músicas e três já estão totalmente feitas, quando acabar as outras oito eu vou lançar.

— Dá pra perceber que você está gostando do trabalho que tá fazendo.

— Gostando e muito, eu tenho sonhado com essa merda a tempos. – Disse e nós nos aproximamos mais da casa dela.

— Eu quero ser a primeira pessoa a ouvir hein. – Alicia disse me fazendo soltar uma risada nasal.

— Você que manda Lici. – Disse e ela sorriu

— Gosta de ficar criando apelidos né. Enfim, obrigada por vir até aqui comigo. – Disse me abraçando.

— Uma honra ter sua companhia. – Falei e a garota se afastou um pouco de mim me olhando nos olhos e em seguida para minha boca. – Eu posso? – Perguntei no ouvido da Alicia e ela resmungou em afirmação.

E então nossas bocas se tocaram suavemente em pequenos selinhos e logo ela cedeu permissão pra minha língua. Era o mesmo sentimento de coisas explodindo dentro do meu estômago, ou as famosas borboletas como as pessoas diriam. Uma mistura de sensações a cada vez em que ela puxava meu pescoço pra mais perto de si, ou então quando eu pude ouvir seu coração um tanto mais rápido. Minhas mãos saíram do seu cabelo e desciam pelo seu corpo parando na sua cintura e então eu apertei um pouco a garota e ela puxou meu cabelo, nossas línguas se cruzavam em perfeita sintonia e nossas bocas se encaixavam como se tivessem sido feitas uma para a outra. Nos afastamos alguns minutos depois pela falta de ar em nossos pulmões. Os corações batendo rápido, as batidas descompaçadas, o ventinho gelado daquela madrugada criaram uma experiência inexplicável.
E ela estava ainda mais bonita com o rímel borrado no canto do olho, o cabelo bagunçado e a respiração ofegante.

— Eu também gosto de você Gus. – Alicia disse enquanto eu ainda acariciava seu rosto.

— Então você já sabia? – Perguntei com a voz doce e calma.

— Você deixa as coisas bem perceptíveis. E o que você quer fazer em relação a isso, em relação a gente. – Alicia perguntou de volta.

— Que tal a gente só continuar sem pressa de nada, e ver o que vai acontecer. – Disse e ela sorriu em confirmação.

— A gente fala mais sobre isso amanhã, eu com certeza vou tomar uma bronca por estar chegando esse horário. – Alicia disse e nós rimos. – De novo obrigado pela noite incrível Gustav.

— Também agradeço, e olha que eu nem queria ir.

— Agora eu tenho que entrar, manda mensagem quando chegar na sua casa okay. – Disse e nos aproximamos de novo e ela deixou um leve beijo na minha boca. E então eu a vi entrar pela porta da sua casa e segui em direção a minha.

ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ 13:10 PM
Alicia

— Já está sabendo Gustav? – Perguntei afastando o garoto da cadeira e sentando ao seu lado.

Estávamos na última aula e o professor havia faltado então estávamos em um horário vago, e hoje o tempo parecia correr bem mais rápido que o normal. Achei que iria ficar um clima estranho por ontem mas estamos normais por enquanto, o que é muito bom.

— Sabendo do que? – Ele perguntou tirando o fone de ouvido.

— Adivinha quem vai entrar na nossa escola amanhã.

— Quem?

— Talvez assim seja uma garota chamada Layla que você namorou, mas só talvez. – Disse.

— O Gus já namorou? – Izabelly perguntou.

— Longa história. – Gustav respondeu.

— Nem tão grande assim. – Disse brincando e ele riu. E então o sinal bateu e a sala começou a esvaziar.

— Vou deixar vocês aí conversando, te encontro na porta da frente. – Izabelly disse fazendo um tchauzinho com a mão pra gente.

— Tchau Bel. – Gus e eu dissemos ao mesmo tempo. – Que tal a gente sair tomar um sorvete e falar sobre ontem? – Ele pergunta.

— Achei uma boa ideia, só vamos passar na minha casa pra eu trocar de roupa.

— Tá certo, vem. – Disse Gustav me puxando.

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BORBOLETAS NO ESTÔMAGO (do latim "papiliones in ventrem")
Uma maneira poética de descrever a falta de sangue no estômago. Essa é a resposta natural do corpo, acontece quando estamos nervosos, ansiosos por causa de um acontecimento importante ou simplesmente apaixonados.

 

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