14: just friends?

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ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ, 𝙽𝙴𝚆 𝚈𝙾𝚁𝙺
Gustav - 18:56 PM

- Gustav meu querido. - Uma voz familiar me chamou. Merda. Merda. Merda.

- Bexey? - Falei e fiz uma pequena pausa. - Quanto tempo.

- É, eu dei uma sumida mas sempre estive pelos lugares. - Bex disse e eu só acenei com a cabeça. - Sua garota nova? - Ele pergunta.

- Somos apenas amigos. - Alicia respondeu. - Na verdade, bons amigos. - Completou.

- Apenas amigos. - Eu disse.

- Que clima chato. Mas enfim, só vim te cobrar aquela parada, me disseram que você ia estar aqui.

- Que parada? - Alicia perguntou olhando pra mim.

- Seu namoradinho aí me devendo dinheiro de fental e maconha. - Bex respondeu.

- A gente resolve isso por telefone.

- Não Gustav, já faz três semanas que você me devendo quase quatrocentos dólares. - Bex aparentava já estar um pouco impaciente enquanto disse isso.

- E você acha que eu vou tirar a grana da onde? - Pergunto e Alicia me olha.

- Faz seus corre "Peep". Se daqui cinco dias você não aparecer com meu dinheiro, se considere um homem morto. - Bexey disse dando aquele sorrisinho de canto enquanto se virava para ir embora.

- Que porra foi essa? Quem é ele? E você tá devendo dinheiro pra ele? - Alicia me interrogou.

- Ele é o George, ou Bexey, tanto faz. Algumas semanas atrás eu fiquei muito chapado e fui comprar droga cm alguns manos mas só achei ele vendendo, e aconteceu que eu comprei e não tinha dinheiro pra pagar. - Fiz uma pausa enquanto a garota me olhava.

- Continua.

- Mas eu achei que ele ia deixar essa merda de lado, quem se importa com quatrocentos dólares?

- Você é um fudido Gustav.

- É, eu sei. Seu "amigo" é um fudido. - Disse frisando a palavra "amigo".

- Qual foi?

- Nada. Vamo embora? - Pergunto.

- Ah. Okay.

ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ, 𝙽𝙴𝚆 𝚈𝙾𝚁𝙺
Alícia - 21:21 PM

Cheguei em casa e vi mamãe chorando, tentei falar com ela mas fui ignorada, meu pai estava visivelmente alterado, mas que porra aconteceu?
Apenas fui para o meu quarto e tranquei a porta antes que aquele merda quisesse falar comigo, tentei ligar para o Gus umas três vezes e ele não me atendeu, coisa que normalmente não acontece. Cadê a merda da presença que ele prometeu? Ou talvez eu seja uma garotinha egoísta que só pensa em si mesma e não vê os problemas dele, mas quem sou eu pra tirar Gustav das merdas dele?
Eu acho que no final das contas eu dormi pensando em tudo que tinha acontecido e como talvez eu esteja muito confusa com meus sentimentos. Bom, estava dormindo até Gus decidir retornar minhas ligações de madrugada.

| Te acordei? - Gustav pergunta do outro lado da linha com uma voz cansada.

| Possivelmente sim, mas o que aconteceu pra estar ligando?

| Eu no hospital. Digamos que algumas coisas aconteceram depois que te deixei em casa.

| QUE MERDA ACONTECEU? - Pergunto em um tom mais (muito mais) alto do que costumo falar.

| Tô te zoando, mas enfim... - O garoto parou de falar na hora que percebeu que eu estava rindo e quase indo matar ele, mas voltou alguns segundos depois a falar. - Não queria pedir isso mas eu preciso de um dinheiro.

| Por causa daquele carinha lá? O Bexey.

| Exatamente. Ele me ligou agora pouco totalmente surtado dizendo que queria o dinheiro pra amanhã, mas não tem como eu arrumar agora. Cê sabe que eu ia atrás de trampo essa semana.

| São quatrocentos dólares, certo? - Pergunto e ele concorda com um murmuro. - Olha, eu tenho uma grana guardada mas não é muita coisa, tenta ver com a Liza se ela não te dá o resto.

| E eu vou falar o que pra minha mãe? - Pergunta dando uma pausa. - Okay, foi uma pergunta retórica, e muito obrigado garota.

| De nada, eu acho. - Respondo.

| E por que você tinha me ligado?

| Na hora que eu cheguei meu doador de esperma tava aqui em casa bêbado, e mamãe chorando. Fiquei com medo de que algum merda tivesse acontecido ou de então que ele fizesse algo comigo.

| Ele já fez algo? - Gustav perguntou em um tom extremamente compreensível, nunca tinha visto ele falando assim, e eu apenas concordei. - Sinto muito. Quer que eu vá ficar aí com você, ou quer vir pra cá?.

| Olha, não tem como você entrar na minha casa sem que ele perceba e isso não de merda, mas talvez eu consiga sair de casa.

| Consegue fazer isso sozinha? - Pergunta.

| Aham. Me encontra na árvore daquele dia em dez minutos.

| Okay. Se cuida. - Gustav diz e eu apenas desligo o telefone.

___

Que merda eu fazendo tentando ser "escrota" ou fingindo que não dou a mínima pra ele?

ᒪOᑎᘜ IՏᒪᗩᑎᗪ, 𝙽𝙴𝚆 𝚈𝙾𝚁𝙺
Gustav - 04:04 AM

A noite estava estrelada, eu caminhava rapidamente até a casa de Alicia. Foi quando vi a garota com seus cabelos voando e um cigarro entre os dedos.

- Desde quando você fuma? - Pergunto sem entender.

- Faz uns quinze minutos.

- Uau. Eu não começaria se fosse você, mas quem sou eu pra te dizer o que fazer, não é?

- Você pode dizer. Mas, obrigado por deixar eu ficar na sua casa hoje. - Alicia diz dando um pequeno sorriso e me passando o cigarro, que inclusive era sabor melancia e menta.

- Vem cá, me dá um abraço. - Disse e a garota fez. Abraços em noites frias são como beber um copo de água em um deserto, você precisa daquilo mas nem sempre vai ter. Separo um pouco nossos corpos e abaixo a cabeça pra tentar dar um beijo em Alicia mas ela se afasta.

- Desculpa Gustav.

- Apenas amigos, certo?







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