capítulo 37

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DOMENIQUE



Estou esperando você me responder cerejinha. Que merda você pensa que está fazendo? —

Joseph tornou a exigir uma resposta para essa pergunta, os lábios tão fodidamente perto dos meus que logo poderiam se tocar caso eu mexesse um músculo do meu rosto. Eu paralisei diante desse perigo.

— Estou me divertindo com meu acompanhante, não é óbvio? — eu disse com a minha voz estrangulada e a expressão facial congelada, uma estátua.

— Gostando de fingir que ele sou eu? — revirei os meus olhos.

— Você acha que é a última bolacha do pacote né? — perguntei empurrando seu peito em busca de espaço para me mexer sem o risco de um beijo acidental.

— Apenas do seu pacote cerejinha — pisca.

Eu ri da idiotice sem cabimento, não deveria ter dado risada, foi mais forte do que toda a minha razão e o meu autocontrole. Joseph sorriu orgulhoso em ver que arrancou de mim uma reação e por dois segundos eu e ele rimos desse comentário prá lá de sem noção.

— Por que está saindo com esse cara, cerejinha? — ele falou. — Por que acabei de te ver aos beijos...— ele contraiu o rosto ao mencionar a palavra, os olhos quase fecharam de tanta raiva ao relembrar o que vira, deixando claro que sabia que não foram apenas beijos. —...quando não gosta ele? —

— Eu sou solteira. Fico com quem eu quiser eu nutrindo sentimentos ou não. Se fosse o contrário e eu me queixasse dessa merda com você, eu sairia como errada nessa porra, então não enche. —

— Não, não sairia, porque eu não fico mais com garota alguma desde aquele dia da briga. — Meus olhos arregalaram antes mesmo que eu pudesse controlar minha reação.

— Então me diz babaca, me diz, se fosse eu correndo atrás de você, se eu fosse como elas, iria me querer mesmo assim?

Franzi a testa e mexi meu rosto para o lado. Joseph levantou as sobrancelhas e piscou os olhos refletindo sobre. E ele não soube responder, mas tanto ele quanto eu sabíamos que se eu fosse uma de suas diversões momentâneas, se desde aquele dia eu decidisse me atirar em seus braços, eu acabaria chutada para escanteio independente dos meus sentimentos. Eu sabia que era errado distorcer a situação mas eu precisava fazer alguma coisa para ele recuar.

Você nunca seria como elas, cerejinha. — ele sussurou. — Porque você é única. Eu e você, aconteceria de qualquer jeito. —

— Eu não consigo acreditar nisso — eu menti, precisei admitir que minha voz foi nitidamente mentirosa, mas me mantive séria.

— Ou você apenas não quer acreditar? —

Fiquei calada.

— Esse idiota não sabe lhe dar o valor que você merece. Ele não gosta de você, cerejinha. Larga ele. —

Joseph tentou se aproximar mas eu mantive meu braço suspenso criando um nítido espaço entre nós dois. Ele abriu a boca para dizer mais alguma coisa, contudo foi interrompido.

— Não sou eu quem fica perseguindo uma garota que claramente não te quer. —

A voz de Héctor soou alta e potente ao lado do meu corpo, o meu cotovelo encostou na sua camisa. Ele encarou Joseph que mantia os olhos verdes presos no meu rosto desesperado sobre essa situação.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora