capítulo 44

111K 11.3K 9.8K
                                    


DOMENIQUE

     

Héctor beijou minha testa em despedida e foi para seu apartamento. As aulas tinha acabado e eu não quis sair, dei a desculpa de que tinha de resolver alguns assuntos pendentes quando ele apareceu aqui mesmo suspenso querendo me convidar para sair. Ele vinha desviando da conversa, e eu fingia não perceber por medo.

Tatiana apareceu na minha frente e fechou o guarda chuva, debaixo da marquise do corredor. A chuva forte cobria a cidade desde ontem de manhã, não parou de chover por mais do que cinco minutos, diminuía, aumentava, estiava, apertava. Esse clima era uma perfeição. Apesar de esfriar, da temperatura estar caindo drasticamente, logo eu estaria debaixo das minhas cobertas aquecida e nada nesse mundo mudaria os meus planos.

— Ainda não conversou com ele? —

Tatiana me cobra. Estava me cobrando essa conversa com Héctor faziam quatro dias, hoje era o quinto. Nesses cinco dias sem Joseph e Héctor, ironicamente eu e Héctor passamos bastante tempo juntos, especialmente porque eu quis cuidar dos machucados dele tentando me redmir por ser a causa dos mesmos. A consequência foi uma aproximação que não deveria ter sido aumentada e que aumentou embora nada íntimo tenha ocorrido entre nós dois, nada acontecia desde a festa. Já Tatiana, ela soava como um alarme me dizendo quanto mais demorar pior será. E eu desligava ela para deixar tocar cinco minutos depois e o ciclo se arrastou por quase uma semana inteira. Hoje era quinta-feira e eu precisaria tomar um rumo com Héctor antes da segunda-feira.

— Não. Irei fazer isso. —

— É só isso o que vem dizendo! Você fala, fala, fala e não faz nada. Você vai machucar ele Domenique ainda não entendeu isso?? —

Ela explode. Demorou para acontecer.

— Eu sei Tatiana. Estou tentando mas irei machucar ele de ambos os jeitos, acha que vai ser fácil olhar ele nos olhos quando fizer isso? Tenho péssimas lembranças sobre esse tipo de conversa.

— Acha que vai ser fácil olhar ele nos olhos quando já for tarde demais? —

Suspirei alto e lhe ignorei, andando em direção aos dormitórios.

— Vai continuar lendo? Estamos esperando sua resposta. —

Tatiana se refere à lanchonete. Dona Flora me deu essa semana para refletir quanto a continuar ou sair da lanchonete, ela não aceitou minha "saída". Uma constante luta nesses dias dela a me convencer e tentar me arrancar do quarto, fracassando cada vez.

Durante essa semana eu vinha conversando com Daisy. Desde a notícia alarmante que ela contou ao aparecer no dormitório venho mantendo contato com ela. Ela contou que havia ajudado a matar o homem para quem ela era exclusiva, ela tinha ajudado a matar o homem chamado Javier Rivera, o mesmo homem que Joseph socara para que não me encostasse, e tudo feito foi através da ajuda e seguindo os planos de um mulher: a esposa do próprio Javier. Parece que o crápula fazia a esposa de refém, Daisy não quis detalhar mais porque dizia estar contando demais e que aquilo era algo que apenas ela deveria se angustiar. Tentamos convenver ela de que ela fez um bem para a humanidade porque aquele homem era uma praga no mundo. Ela dormiu conosco naquela noite e foi embora no dia seguinte se encontrar com a mulher. Tatiana e eu tentamos acompanha-la mas ela negou e pediu que não fôssemos, prometendo tornar a entrar em contato e não se afastar dessa vez. Ela estava triste e desanimada, embora aliviada de ter conseguido sair do clube, entretanto não tenha tido como saíra se aquele homem era apenas um dos clientes e ela tinha as suas dívidas com o lugar, de todo modo ela estava definitivamente livre para ser quem queria ser e eu vinha pensando em oferecer minha vaga na lanchonete para a mesma caso dona Flora concordasse.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora