capítulo 55

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DOMENIQUE


    
Alucinada. Era a palavra usada para descrever uma pessoa que pode, está ou que sofre com alucinações, que pode ter percepções ou sensações que se pautam em algo que não existe, que se expressa sem coerência, sem razão, de maneira desvairada; desvairado, louco, que está arrebatado por uma paixão; iludido, arrebatado. Eu não estava arrebetada por uma paixão sim pela ausência da sanidade mental. Era a única explicação para ter dado um oral em Joseph e pedido para que fizesse o mesmo comigo. Ou melhor dizendo, era essa a explicação mentirosa, bem elaborada e sem cabimento que eu encontrei para justificar eu implorando para o babaca fazer com que eu alcançasse um orgasmo enquanto os outros dormiam.

Toda vez que eu fechava meus olhos eu relembrava aquela noite e aquele momento com ele, meu corpo esquentava e eu jurava conseguir sentir as suas mãos em meu corpo e os seus lábios percorrendo minha pele, sua boca na minha, e eu desejava que ele estivesse aqui agora, então eu abria os olhos e me detestava por não conseguir tirar ele da cabeça e tudo o que aconteceu.

— Ao menos admitiu que foi bom —

Tatiana diz, ajeitando os cachos que fez em seus cabelos ao tentar copiar um vídeo da internet que reproduziu nos meus ao comemorar seu sucesso após mil tentativas falhas.

— Admiti? Eu não admiti nada — neguei avaliando meu corpo na roupa.

— Você disse que foi interessante! — retrucara borrifando perfurme na nuca.

— O que em outras palavras quer dizer que não foi ruim mas também não afirma ter sido bom. — conto em um tom esperto, calçando o par de saltos que comprei recentemente, ontem de tarde na passada, fracassada, pela livraria.

— Argh você é irritante —

Tatiana bufa abrindo a porta e me chamando para ir com ela. Dou umas borrifadas do meu perfume na nuca, entre os seios e perto do pescoço. Ela dá pulinhos e enlaça seu braço ao meu arrastando-me para buscar um táxi. Iríamos para uma festa, bem, ela me arrastava para a festa ao tacar a roupa na minha cara e dizer
Festaaaaa e sair do quarto sem dizer mais nada. Eu permaneci lendo, ela retornou, arrancou o livro das minhas mãos e ameaçou tacar fogo se eu não fosse, e, é por isso que eu estou usando uma saia maleável mas justinha na altura das minhas coxas com uma fenda pequena na direita, uma blusa de gola e manga longa do mesmo tecido fino e justo que contorna os meus peitos e com cachos por todo o comprimento dos cabelos.

Tatiana usava um modelo "idêntico" ao meu, deveria ter suspeitado desde o início, ela disse que como viviam a dizer que éramos irmãs hoje iríamos se vestir de gêmeas. Era uma lógica burra eu disse, mas ela apenas mostrou o dedo do meio e disse que iria se vestir do mesmo jeito. Apesar do modelo ser parecido não estávamos iguais. A saia dela tinha zíper nas laterais e a blusa um decote frontal de laços, sem mangas ou gola. A única coisa parecia entre nossa roupa era o fato de ser uma saia e blusa. A maquiagem dela era mais forte enquanto a minha apenas básica porque eu odiava sentir base e afins na minha pele, sentia que não podia respirar portanto não usava. Ela me convenceu então a passar lápis de olho e delineado.

— De quem é a festa? —

dojosephedonathan — cuspiu mexendo no celular quando o carro já estava em movimento.

— De quem? — repeti. Ela não respondeu, fingindo prestar atenção no telefone.

— Te odeio. Irei embora assim que chegar. —

Ela rapidamente tirou os olhos do celular e o guardou apontando o indicador na minha direção.

— Não ouse fazer isso! Prometeu ficar mais de duas horas, se for embora antes e sem me chamar eu queimo o seu livro! —

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora