capítulo 75

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JOSEPH RIVERA

      

Desliguei o ferro e o pus no canto da cômoda oposto as nossas malas para esfriar. Escutei a porta do banheiro abrindo e os passos de salto, girei e encontrei Domenique arrumada para a noite de natal. Ela parecia a porra de uma mamãe noel proibida para menores de dezoito anos.

Apresentava-se magnífica. O corpo cobria-se envolto em um vestido vermelho vivo de seda com um decote pequeno em forma desanhalinha em que as dobras formavam ondas no tecido e caíam no espaço entre os seus seios sustentados pelas alças de finas correntes douradas. Uma abertura exibia as suas belas costas com linhas treinadas e descia se fechando acima dos quadris. Os joelhos eram envoltos no tecido macio e fino do vestido com uma pequena fenda em uma das pernas exibindo um pouco da coxa nua. Os seus pés se mantiam em um salto dourado pequeno e fino de tiras tão finas quanto o salto em si. Em suas orelhas haviam duas pérolas pequeninas e o seu cabelo castanho estava com alguns cachos porém preso em um coque elaborado com uma mecha escapando por um lado do rosto anguloso e ressaltado com as mechas longas presas. Ela havia passado uma camada de brilho nos lábios, na linha dos olhos seguia um lápis de olho e nos cantos puxava-se um delineado fino e simétrico. E claro, ela havia posto um gorro de papai noel no topo da cabeça.

— Muita informação? —

Ela passou os olhos pela minha camisa vermelha em cima da cama quando a passei rapidamente porque amassara após a retirar enquanto a sentia e ela fazia o mesmo comigo.

— Cerejinha você está parecendo uma mamãe noel sexy — murmurei me aproximando e segurando ambos lados da sua cintura.

— E isso é um elogio? — os lábios carnudos cobertos pela camada de gloss subiram em um sorriso e pareceram ainda mais carnudos e atrativos.

— É, absolutamente divina. —

Beijei sua testa e me afastei para poder pegar a blusa que era a única peça que me restava para descermos.

Domenique se sentou ao lado da minha blusa, fixou os olhos em meus ombros e arrastou a atenção devagar para meus gestos na roupa, como vinha fazendo desde que as lavou e as beijou.

— Joseph...ahm eu não quero acabar trazendo memórias ruins, especialmente hoje...— se cortou mordendo o canto da boca, percebi os olhares se atraindo nas minhas costas e rapidamente compreendi a sua expressão e todo o medo de me entristecer.

— Pergunta cerejinha, pode me perguntar qualquer coisa. Eu lhe responderei tudo. Não vai fazer com que eu fique triste. — a incentivei a ir adiante pois não queria que ela pensasse que eu não gostaria de compartilhar de meus traumas e lembranças com elas porque eu finalmente me sentia pronto para falar sobre tudo que ela perguntasse.

—...As queimaduras e as cicatrizes de cortes e cinto nas suas costas...elas...foi ele quem fez isso com você, não foi? — sentei na ponta da cama bem ao seu lado. Ela esperava receosa mimha resposta porque temia estar me importunando ou acordando meus demônios e traumas, jamais estaria, ela me ajudava a superar eles desde o primeiro dia em que apareceu na minha vida. E eu queria superar todos ao seu lado.

— Foi no meu primeiro natal. Eu tinha uns cinco anos, por aí. A árvore estava montada bem próxima da lareira que era a lenha, não elétrica como atualmente. Eu não lembro muito bem o quê fiz que o irritou, recordo de estar brincando perto da árvore e ele estar sentado no sofá bebendo, eu levantei para mostrar o brinquedo para a minha mãe, acho que foi isso que o irritou, eu tentar me aproximar dela. Ele me empurrou, eu caí na árvore que tombou para cima e os galhos perfuraram a pele nas minhas costas ultrapassando o tecido da camisa, levantei mas ele me empurrou de novo para me bater com o cinto e foi quando aconteceu, escorreguei em um brinquedo e caí para trás na lareira, o fogo estava alto e consumiu rápido a minha roupa e as minhas costas, se alastrou e pegou parte da nuca e dos meus cabelos. —

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora