capítulo 41

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DOMENIQUE

           

Tatiana entrou no quarto. Girei na cama para me certificar de que era ela. E a mesma me olhava da porta, brava. Ficamos se encarando em meio a luz da luminária ao meu lado entre as nossas camas.

— Tem alguma coisa que você queira me dizer? — disse, em um cruzar de braços.

— Tipo? — fiz-me de burra.

Tipo o fato de que saiu sem sequer falar comigo e que agora supostamente está demitida??? — gritou elevando as sobrancelhas de olhos arregalados.

Dei de ombros e mexi a boca.

Ela repetiu meu gesto, incrédula.

— Domenique eu sou sua melhor amiga, por que não me contou? Por que quer se demetir? E por que está agindo como se não fosse porra alguma???? — ainda gritava.

— Eu só percebi que está segura no emprego e, bem, eu estava trabalhando para lhe acompanhar e como Flora é sua tia eu, achei que, achei que era o momento certo para sair...—

— Ah me desculpa senhora não preciso de um emprego — rosnou vermelha.

Não foi isso o quê eu quis dizer...— sussurei, também com raiva. —...só, não tinha necessidade de eu continuar...eu...ficar..lá. — me embolei, suspirei me sentando na cama.

Tatiana parou, e a ira no seu rosto se dissipou mudando para percepção em um estalar dentro da sua cabeça. Os ombros bem eretos caíram cansados, ela xingou pressionando as mãos nos olhos por um momento antes de abaixar a cabeça e me encarar.

— Você está pensando naquilo, não está? —

— Naquilo? — repeti.

— Para de se fazer de sonsa! Eu sei que está pensando! Eu sei! — pulou para trás apertando a bolsa entre os dedos das mãos.

— Estou pensando naquilo. —

Admito contragosto. Me sentia uma idiota por pensar sobre esse assunto, era desnecessário especialmente se minha vida sequer girava mais em torno disso, entretanto os acontecimentos das últimas semanas foram me pondo cada vez mais frente ao assunto que tento desesperadamente esquecer.

  

Tatiana larga a mochila, a atira do outro lado do cômodo e se senta bem perto do meu corpo, segura a minha mão solta por cima da coberta.

— Foi a briga que te fez pensar nisso, né? — aceno positivo.

— Héctor disse que quer namorar. Ele
está realmente gostando de mim. E o Joseph, eu nem sei o que falar. Estou assutada. A verdade é que desde que Joseph apareceu eu não consigo não pensar naquilo. —

A minha fala foi rápida e baixa.

— Está assustada por que Héctor gosta de você, ou por que você gosta do Joseph?—

Tatiana inclina a cabeça pesando mais para um lado do que para o outro. E sorri dizendo eu sei. Minhas bochechas ferveram.

— Eu não gosto de ninguém!! De ninguém! Que coisa!!!! —

Gritei pulando para trás e tentei me soltar, contudo ela apertou mais a mão dela na minha demonstrando que não iria me soltar ou me deixar esquivar de toda essa situação.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora