capítulo 68

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DOMENIQUE


   
Estacionei o carro em frente ao de Joshua. Reconheci a cor azul porque ele me perturbou quando comprou esse carro esfregando na minha cara o quão rápido essa belezura era capaz de ir e de que eu não o ganharia nem se tentasse.

— Tá. Por favor não leva eles a sério. — desci do carro e o babaca fez o mesmo. Joguei as chaves do porta malas para ele pedindo com uma troca de olhares. Peguei a sacola enorme com os presentes e eles as nossas malas e a sua mochila.

— Merda eles perceberam que chegamos. Droga. Deus, tenha piedade. — notei o rosto de Joshua da janela, ele gritou, acenando, como o idiota que ele é. Eu abaixei minha cabeça e fechei o porta-malas ignorando os gritos e acenos desnecessários dele.

Apressada subi os degraus da varanda e abri a porta sentindo de imediato o aquecedor e o cheiro das lascas da madeira na lareira da sala. Joseph entrou e alinhou as nossas malas no canto da parede, ele olhou ao redor parecendo criança prestes a levar bronca. Acho que eu nunca tinha visto o babaca tão nervoso quando agora.

— Eles são idiotas, Joseph. Não precisa se preocupar. — tento tranquiliza-lo. Ele parecia prestes a falar quando uma voz rompeu o silêncio da casa.

— A Domenique e o Joseph chegaram!
— Minha mãe gritou aos quatro cantos, aparecendo no topo da escada fingindo a familiariedade com o nome de Joseph. Aposto que ela encenou essa frase umas mil vezes para soar tão familiar como soou. A mesma sorriu quando crispei meus olhos mostrando que eu sabia bem que ela havia repitido essa frase milhares de vezes. Indiferente ela desceu a escada e parou na nossa frente olhando diretamente para o babaca.

— É uma honra conhecer você, Joseph, eu sou Aline, mãe da Domenique. — ela sorriu ao terminar de descer as escadas e examinar até a alma dele.

— Eu já falei de vocês para ele. Nem tenta. Difamei todos — interrompi a apresentação de mamãe, ela mostrou a língua, fiz o mesmo. Ela revirou os olhos e tornou a olhar para Joseph.

— É uma honra conhecer a senhora também. — ele beijou mão da minha mãe e foi ali, ali que ele ganhou ela. Ele não beijou a minha mão quando me conheceu. Tinha de beijar a dela? Minha mãe adorava essas bobagens de cavalheirismo, foi assim que papai a conquistou e toda essa família maluca teve início.

— Me chame de Aline. Domenique, ele é bonito, educado e tatuado, o seu pai não era tatuado, isso tudo em uma única pesoa é raro, sabia? —

Mamãe disse fingindo que Joseph não estava bem na frente dela escutando tudo. E se Joseph estava constragido antes agora ele estava paralisado.

— Ele ainda não é tatuado, mamãe. —

Hevelin apareceu na entrada da sala ajeitando o cabelo pintado de ruivo, a cor mais recente que pintara. A última foi loiro. O ruivo combinou mais com o tom de pele mais claro da sua pele, puxado de mamãe, fazia ela parecer ruiva de nascença. Ela foi cumprimentar Joseph e eu me atirei nos braços de mamãe que me apertou forte me enchendo de beijos entre nossos sorrisos.

— Senti saudades, mãe. — falei contra seu corpo quente, a abraçando mais e desejando não sair desse abraço nunca.

— Eu também meu amor. Você está ainda mais linda. Aliás, amei as fantasias. Ele também foi na festa? —  cochichou. Eu ri me afastando, Hevelin metralhava Joseph perguntando sobre como nos conhecemos.

— Foi. De striper —

Mamãe riu. Eu fui na direção de Joseph.

— Hevelin dá um tempo, cadê minha enteada? Ela é mais legal que você — provoquei. Ela revirou os olhos e sorriu antes de pular em meus braços e rodopiarmos pelo corredor. Meu pai apareceu na entrada. Era sempre assim, eles iam por ordem de menos idiota aos mais idiotas. Mamãe era neutra. Hevelin era meio termo e papai era o rei dos idiotas aqui em casa, Joshua em segundo e Roberto em terceiro agora que era da família. Sofia era a única normal que apenas ria de tudo mas logo ela seria contaminada. Eles fizeram o mesmo quando conheceram Roberto, ele quase enfartou com tanta maluquice junta.

Bad BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora