Capítulo VII

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Meu corpo estava alertando de algo, seria isso?!Observei aliviada que minha mãe teve só uma recaída e não um desmaio.

Eu queria me levantar e acudi-la, mas Ben não merecia ter essa cena registrada em sua cabeça num momento tão difícil.

Após alguns minutos de uma longa conversa, vi minha mãe se dirigir para longe do quarto, onde a perdi de vista. Meu coração apertou e minha garganta fechou. Agora o Doutor estava vindo em minha direção, olhou para Ben e sorriu, e discretamente fez um sinal para mim acompanha-lo até o lado de fora.

Chegando no corredor o Doutor ajeitou os óculos e disse:

-Bom Anelise, você já está em uma idade importante da vida, e então pode participar da vida da dona Helen e do Ben, com um olhar mais responsável e atento...

Eu estava começando a ficar nervosa, minhas mãos queriam tremer e minha garganta se fechava.

-O senhor pode ir direto ao ponto, por favor.- Saiu um tom um pouco mais grosseiro do que imaginei.

O doutor pigarreou e complementou.

-Sua mãe precisa de descanso menina.

-Como assim?! Ben está melhor, logo ele irá para casa.

-Na verdade Anelise...- Ele ajeitou os óculos novamente.- Por mim eu daria alta ao Ben hoje mesmo!

-Então dê!- Disparei eu.

-Não é tão simples menina, o Ben chegou no hospital com vários problemas, parecia que havia estourado uma úlcera no seu estomago, seu colesterol e triglicerídeos estavam elevados há um risco imenso. Tirando o fato que seus pulmões estavam condenados.

-Doutor...- Minha garganta se fechou durante aquelas palavras e meus olhos umedeceram.

-E não, nós não o curamos.-

Aquilo me devastou, o que significava tudo aquilo? Cambaleei para trás. Como assim? Meus olhos se encheram ainda mais... Ben não havia sido curado? Ele estava em estado terminal? O QUE DIABOS É TUDO ISSO?

-Anelise me ouça!- O doutor a essa altura estava segurando meus braços, só faltava ele me sacudir.- Você precisa me escutar, foi um milagre! Enfermeiras se ajoelharam e clamaram a Deus! Por que nas condições em que Benjamin estava, ele não iria resistir nem mais um minuto e entraria em óbito!

Era coisa de mais para processar, como assim?! Tudo girava, tudo doia, meu corpo tremia, minhas mãos suavam.

-Anelise preciso que me acompanhe até minha sala.- O doutor agora me levava pelos corredores.

Não estava enxergando direito eu estava me sufocando com o próprio ar, meu corpo estava mole. Senti um ar gelado quando entrei em uma sala, o doutor me guiou até a cadeira de frente para a mesa e fechou a porta.

-Tome menina, vai ajudar.- Disse o doutor me dando um copo com o que parecia ser água.

Bebi e tentei respirar, comecei a refletir sobre tudo aquilo que não parecia real.

-Você tem que me escutar! Não temos muito tempo, homens não podem ficar com pacientes mulheres sozinhos. É um regulamento do hospital, prezando a segurança das mulheres.- Ele olhou em seu relógio e retomou a falar.- Anelise, o caso do Ben é um caso único! O governo vai querer investigar, não irá demorar para essa informação vazar do hospital. Então eu quero que me escute: Não deixe ninguém de fora se aproximar, por favor cuide com amostras de sangue e várias outras coisas que podem expor vocês. Eu não falei para sua mãe isso, então preciso que você seja responsável.-

O preço do meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora