Capítulo X

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Eu estava com frio e escutava barulho da chuva. Puxei minha coberta para me proteger da brisa fria que vinha da janela.

Minha cabeça doía um pouco e então resolvi me sentar.

Me espreguicei lentamente me lembrando do sonho louco que tive. E decidi que iria a aula, não por acreditar em sonhos, mas nem em sonho quero o Senhor Harmann em minha casa. Que coisa de doido.

Me levantei de vagar e percebi que estava com as roupas que vestia em meu sonho, na real eu ri, por que não lembrava exatamente se vesti pijama ontem. Meu nariz começou a escorrer, será que pegaria um resfriado?

Decidi ir ao banheiro me livrar daquilo e da minha vontade de urinar.

Liguei a torneira e comecei a assoar o nariz e deixei a água escorrer e levar embora aquele vírus ou sei lá o que.

Abri a tampa do vaso e me sentei ouvindo aquele doce barulinho de xixi me aliviando.

Me sequei, puxei a descarga e lavei as minhas mãos. Voltei para o meu quarto e chequei o horário já passava das uma da tarde.

Meio atordoada por dormir a noite toda assim me sentei na cama, esfreguei as mãos nos olhos e cocei minha cabeça.

Olhei as gotas de chuva escorrendo pela janela do meu quarto e escutei um barulho vindo do quarto de Ben, imediatamente olhei para o corredor.

Me levantei da cama silenciosamente e comecei a procurar algo com que pudesse me proteger.

Sem sucesso de achar algo realmente útil, acabei pegando uma tesoura com ponta que estava na gaveta da minha escrivaninha.

Andando de vagar sem fazer barulho cruzei meu quarto e cheguei ao corredor, a porta do quarto de Ben estava aberta e várias sombras se projetavam dele, então me preparei e fui em direção a ele.

Meu coração acelerava, percebi que deveria ter chamado a polícia assim que percebi que não estava mais sozinha em casa, mas decidi ser forte.

Minhas mãos soavam de mais e comecei a ficar ofegante.

As sombras do quarto pararam e pareciam estar vindo em direção a porta, comecei a ficar com mais medo, mas segurei a tesoura firme e quando as sombras se tornaram uma forma humana e eu ataquei!

-EI, EI EI, CALMA!Mas o que é isso?!-

Eu olhei atentamente e era o senhor Harmann na minha frente, ele segurava meu braço com força e a tesoura estava apontada para o peito dele, mas ele olhava firmemente para os meus olhos.

-Professor?!O que... O que está fazendo na minha casa?

Ele olhou confuso, mas disse:

-O que eu estou fazendo na tua casa?!Anelise, o que você está fazendo com uma tesoura apontada para o meu coração?!

Eu estremeci e abaixei a tesoura, fiquei com vergonha... Mas o senhor Harmann cuidadosamente inseriu a tesoura no bolso de trás de sua calça e segurou minha mão.

-Você precisa se alimentar Anelise.- E me guiou até a cozinha.

Quando adentramos a cozinha o cheirinho estava muito bom, eu observei o senhor Harmann ir para o fogão e fazer um prato, ele desviou sua atenção para mim e fez um gesto para me sentar. Eu obedeci e disse:

-Não sabia que cozinhava.

Ele riu.

-Pois bem, agora sabes Anelise.

Ele veio com o prato em minha direção e sorriu depositando ele em minha frente.

-Bon Apetite.

O preço do meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora