Capítulo XVI

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Enquanto o senhor Harmann pedia algo para comermos percebi que precisava de um banho, me dirigi a ele e disse:

-Eu posso tomar um banho?

Ele me olhou com um olhar curioso.

Era muito estranho ver ele sem os óculos e com aqueles olhos...

-Claro Anelise, tem toalhas limpas no armário, o banheiro fica antes do quarto a direita.

"ok" pensei eu. E vi que minhas roupas estavam sujas.

- Você não teria algo para eu vestir, teria?- Eu estava com vergonha.

Ele sorriu e disse:

-Espere aqui.

Se levantou e sumiu no corredor, mas numa fração de segundos voltou, me deu uma camiseta e uma cueca.

"Uma cueca??"

-Uma cueca?- Disse eu segurando ela.

Ele não esboçou expressão.

-Sim, meus shorts são enormes para você, esta cueca ela é similar a um calção, eu nunca usei. Está nova.

"Não é tão ruim" pensei.

Sem dizer nada segui para o corredor.

Quando adentrei o banheiro senti um aroma de lavanda, o banheiro era bem limpo, chão de vinílico e detalhes brancos, tinha mais suculentas no balcão e na janela do banheiro. Abri o armário e haviam muitas toalhas brancas, peguei uma estendi no box e liguei o chuveiro. Comecei a tirar minha roupa e depois deixei que a água escorresse pelo meu corpo.

Quando sai do banho vesti as roupas do senhor Harmann, aquela camisa tinha aquele cheiro dele que era tão bom, mas me contive e não o inalei por completo.

Sai do banheiro e ele estava encostado na bancada da cozinha, ele ficou me encarando, não conseguia decifra-lo, mas gostava de ver ele sem seus óculos escuros. Seus olhos eram mágicos.

-Anelise.- Ele pigarreou. – Nossa comida chegou, preparei um local para nós na sala.

Ele se afastou da bancada e passou por mim dizendo:

-Eu sabia que ficaria bem em você.

Olhei para a camisa e corei, mas segui ele até a sala.

A sala estava com as luzes do abajur, deixavam bem clara, mas aconchegante.

Os lanches estavam em cima da mesinha de centro e tinha almofadas no tapete para sentarmos.

-Uau.- Disse eu pensando alto.

Ele deu um meio sorriso.

-Fique a vontade querida.

Ele se sentou e eu sentei ao lado dele.

E em silencio ele começou a desembrulhar os hamburgueres, aquele aroma delicioso imediatamente me preencheu, não lembrava que estava há muitas horas sem comer.

-Tudo bem?- Disse o professor me analisando com um olhar curioso.- Fique a vontade, são todos de bacon.

Eu não me conti, peguei o hamburguer com as duas mãos e comecei a devora-los, estava com muitas fome e aquele gosto de bacon, hamburguer, maionese caseira, queijo, presunto, tomate, alface, batata palha...

Parei por um minuto e notei que ele estava me observando com muita curiosidade e sem cerimonias começou a comer seu lanche.

Não sustentei meu olhar por muito tempo, pois meu corpo implorava por mais daquele hamburguer.

O preço do meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora