Capítulo XII

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Quando adentramos a mansão, luzes brilhavam diante dos meus olhos, era algo tão magnífico... Tinha uma decoração sofisticada com luzes bege, muitas luzes bege.

Havia várias mesas com toalhas brancas, cadeiras encapadas com tecido branco em cima arranjos de flores com rosas azuis e sálvia.

O salão tinha um enorme lustre em seu centro, e cascatas de luzes caiam em torno de todo o salão, e em cima de cada mesa havia um cópia menor do lustre central.

O senhor Harmann olhou para mim, deve ter notado que eu estava em um estado de admiração profunda.

-Anelise.- Ele pigarreou.

Sorri sem graça para ele, e ele me guiou pelo salão.

-Obrigado por ter vindo comigo.- Ele disse em um tom mais relaxado.

-Temos um acordo, só estou cumprindo minha parte.

Ele ergueu a sobrancelha, pareceu surpreso com a minha resposta.

-Negócios a parte. –Disse ele sarcasticamente.

Deslizando a mão até a minha cintura disse

-Então aprecie a noite e a companhia.- E apertou aquele local firmemente.

Eu não disse nada e tentei não deixar transparecer o arrepio que aquele toque gerou...

Cruzamos o salão e tinha alguns convidados parados ou sentados, observei que todos acenavam sutilmente para o professor, e ele apenas cumprimentava balançando levemente a cabeça.

Observei também que ele não parou para conversar com ninguém em específico, apenas me guiou até os fundos do salão onde haviam portas francesas que davam para um jardim externo, era iluminado com várias luizinhas.

Era outro lugar incrível, que queria admirar.

O senhor Harmann saiu na frente e se encostou em uma cerca, observei como ele era um homem bonito, dei-me o luxo de admirar a sua beleza e sem querer dei um leve suspiro.

Ele pareceu perceber e se virou sorrindo.

Um rubor vermelho cresceu em minhas bochechas e me encolhi.

O professor suavizou o olhar e disse

-Venha mais perto.- Ele gesticulou suavemente com as mãos.

Eu fiquei paralisada diante daquele pedido inusitado, e senti um frio na barriga.

Então ao som da noite fui em sua direção, e me envolvi em seus braços. Assim que inalei aquele perfume foi como se entrasse em transe, em êxtase ou algo similar a milhares de divindades cantando para mim. Suspirei profundamente e percebi que o senhor Harmann fazia o mesmo.

Ele se desvencilhou dos meus braços e segurou minhas mãos.

-Anelise, voce está perfeita.

Eu me encolhi diante do elogio, não esperava...

-Não precisa ter medo de mim menina...As vezes sinto no seu olhar que teme a minha presença, e não adianta negar, isso vem de dentro. Esse medo é comum digamos, Samuel também teve.

"Samuel" Ele iria dizer algo, então seria isso?Finalmente uma pista?

-Eu o encontrei por acaso no hospital enquanto conversava com o Doutor Castilho, ele foi um grande amigo da família, Samuel apareceu de repente!Estava ofegante, suado e assustado. Imediatamente vi o que ele tinha, e pedi para o Castilho deixar comigo.- Ele pigarreou. – Samuel estava tão desnorteado que aceitou de primeira a minha ajuda, sem perguntas ou algo do tipo apenas me seguiu para a ala de isolamento do hospital.

O preço do meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora