O local desse tal evento não parecia tão chique, aliás não parecia nem um evento!
Era uma rua com mata fechada dos dois lados, e uma escuridão total, eu fiquei apreensiva. E então avistei uma sombra de terno, luvas brancas e máscara de raposa vindo da escuridão.
Ele parou do lado do senhor Harmann, onde abriu o vidro. O homem fez um sinal e o professor deu o dedo indicador a ele, onde foi passado em uma maquininha de scanner que aprovou a digital.
A raposa olhou para mim intensamente e fez para o senhor Harmann um sinal de 1 e 2 e 7.
Não entendi, mas a raposa sumiu na floresta e o professor seguiu viagem em meio a escuridão.
Algo em meu interior não queria mais ir, algo estava errado, eu comecei a ficar com medo e apreensiva. E então quando vi já estava fazendo círculos repetitivos em minha coxa...
-Anelise você está bem?!- Disse o professor rapidamente em tom preocupado.
-Estou!Estou!Eu só... Eu só queria saber onde é esse evento...
O senhor Harmann continuou olhando para a frente, e seguiu o trajeto em silêncio.
Eu estava ficando apreensiva, não sabia onde estava indo exatamente, me assustava tudo isso...Teoricamente estava com um estranho.
Ele não falou nada, percebi que em alguns momentos parecia estar tenso, mas sua personalidade não era de transparecer emoções...
-Anelise.- Ele quebrou o silêncio. –Tudo bem?
-Sim!- Respondi imediatamente, fazendo que o meu nervosismo se tornasse mais evidente do que gostaria.
-Não precisa esconder de mim isso.- Ele sorriu.
Ah aquele sorriso, talvez ele não fosse o homem ruim que eu e meus amigos pensávamos.
-É que, Esse lugar me assusta...-
-Menininha boba, entendo o teu temor. O local e o evento são muito reservados, apenas para pessoas importantes, então como é restrito... Bom, ninguém pode ver ou saber, é totalmente particular e fora de rota.
-Mas o que é esse evento exatamente?-
O senhor Harmann diminui a velocidade quando a estrada foi chegando ao fim, e então virou a direita. A árvore parecia ter um símbolo ou uma insígnia.
Ele parou o carro na entrada do que parecia ser um estacionamento no meio da mata, tinha vários carros cobertos com o que pareciam ser mantos roxos detalhados com dourado.
Tinha algumas vagas vazias, era um estacionamento simples com iluminação de lampião nas árvores e as vagas eram determinadas por riscos na terra e números também desenhados na terra.
O senhor Harmann dirigiu o carro até a vaga de número 1.
-Para um evento chique, esse estacionamento é bem chinfrin.- Disse eu observando ao redor.- Imaginava algo mais sofisticado.
O senhor Professor desligou o carro e apagou as luzes.
-Como eu disse, é muito importante. É algo restrito e fora de rota, ninguém jamais irá saber o que aconteceu ou acontecerá aqui.
Aquilo arrepiou minha espinha, e fiquei apreensiva.
Ele percebendo segurou minhas mãos, as mãos deles eram tão grandes e macias.
Ele se aproximou de mim e seu hálito quente pairou ao redor.
-Confia em mim.-
Imediatamente meus olhos fecharam, apreciando aquele cheiro perto de mim.
Quando abri percebi que ele me olhava, aqueles óculos...
-Vamos Anelise.- Ele abriu a porta do carro e saiu indo em direção ao carona e me ajudando a sair.
A gente caminhou em uma passagem pelas árvores iluminadas por lampião e chegou as margens de um lago, onde não tinha absolutamente nada e nem ninguém, a não ser uns botes.
O senhor Harmann seguiu em direção ao bote de número 2 e disse:
-Vamos dar um passeio Anelise.-
Eu com tudo dentro de mim que dizia para correr dali fui.
-Como que...-
Ele sorriu remando.
-Como eu disse: Um evento restrito.- Ele parou de remar e tirou o paletó.- Você está linda.-
Eu corei.
-Você não trouxe a sua máscara?- Observei que apenas eu carregava uma.
-Não preciso de uma.
-Está com vergonha de mim?
Ele gargalhou.
-Anelise Anelise, jamais! É uma honra ter você comigo, mas eu sou um convidado especial. Convidado especial não precisa se utilizar de máscaras.
Eu refleti, um professor...Nesse tipo de evento.
A medida que fomos avançando a névoa foi se dissipando revelando uma margem, e nela havia uma enorme casa gigantesca. Uma mansão moderna.
-Uau...-
O senhor Harmann apreciando minha reação disse:
-Isso é chinfrin para você Anelise?.
-Não...- Meus olhos brilhavam diante daquela casa de magnata. Ale ia surtar aqui!
O professor levou o barco até o deck e me auxiliou na saída, cada toque seu me fazia estremecer... o deck era sofisticado, iluminação e decoração chiques. Em um leitor digital o Senhor Harmann aproximou o dedo que verificou e confirmou sua identidade. E pediu um número. Ele digitou 7...
"Perai... 2,2,7... 1-2-7. O número que o homem com máscara de raposa fez para ele."
Que coisa sinistra...
O leitor confirmou e imprimiu pulseiras plastificadas na cor roxa e dourada, com a letra do alfabeto grego alfa e ômega, e o número 7.
Fiquei olhando para aquela pulseira e perguntei:
-Por que tem esse símbolo?
Ele analisou a pulseira dele e disse:
-Bom, são símbolos gregos que representam o princípio e o fim.
Eu analisei mais um pouco, e escutamos vozes vindo da escuridão do lago, o senhor Harmann passou os braços pelas minhas costas e disse:
-Vamos, não quero me atrasar.
E seguimos o trajeto até a mansão, era algo bem sofisticado e diferente do que eu jamais vi.
Chegamos a porta , o professor olhou para mim e disser:
-Pronta?!
Eu abaixei a cabeça envergonhada, ele depositou as mãos em meu rosto fazendo-me olhar para ele.
-Anelise, só confia em mim. Não responda nada que não saiba, e tente conversar com as pessoas em minha presença. E se perguntarem, esqueça esse negócio de professor e aluna. Só diga que é minha convidada. Tudo bem?
Eu apenas assenti e ele depositou um beijo no meu rosto, mas muito perto da boca. O que me fez estremecer e imaginar coisas que não devia.
Ele me analisou, como se quisesse que eu tivesse aquela reação, deu um sorrisinho e adentramos a mansão.
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O preço do meu Sangue
General FictionApós um vírus mortal a população recebe a vacinação tão desejada. O que eles Não esperavam é que o governo fazia experiências com DNA, onde alguns lotes são vazados junto com as vacinas e acabam dando poderes a uma parte da população: crianças, jove...