Sam parecia estar abatido, mas havia um rubor vermelho em seu rosto.
-Ane...- Ele suspirou.
-O que você está fazendo aqui?- Questionei.
Ele se aproximou.
-Você precisa sair daqui...
Eu bufei.
-Não acredito que você veio aqui só para me dizer isto, é inacreditável!
Ele ficou mais perto ainda.
-Ane...Você... Você não compreende a dimensão disto aqui! Eles são perigosos, mentem para você!
Eu ri sarcasticamente.
-O único que mente aqui é você Samuel, anda fala a verdade!
-Ane, eu quero te salvar, quero te contar tudo!O que ele faz com as pessoas que se envolve com ele é horrível – Samuel estava com os olhos vermelhos.
- Me conte tudo samuel. Eu preciso realmente saber...-
Uma lágrima dele escorreu.
-Eu realmente não posso Ane...Não posso.
Eu respirei fundo e disse:
-Então não posso mais ter vínculo nenhum contigo.
Virei as costa e fui em direção a porta, Samuel me segurou e em um impulso me beijou.
Sua boca era quente e fresca, era assim que deveria ser um beijo?Correspondi a seus lábios experientes, eu estava fazendo certo? Não sei...Mas estava tão bom, ele segurou minha nuca com força e eu apertei seus ombros. Eu nunca imaginei que beijaria o Samuel, principalmente que ele seria o meu primeiro beijo.
Um barulho estrondoso na porta fez eu sair daquele transe.
Escutei a voz do senhor Harmann ordenando algo a soldados, e Samuel sendo arrancado de mim...
As luzes estavam cintilantes e as vozes longe.
-Ane...
(...)
Ouvi sons de pássaros que estavam longe, senti um cheiro amadeirado no ar, olhei para a claridade que me cegava, pude observar pequenos raios de sol que invadiam o ambiente.
Me posicionei melhor, e meu braço doia, olhei para ele e vi que tinha uma imensa agulha inserida nele com soro.
Meu braço...Eu estava recebendo medicamento.
Observei ao redor, como os pequenos raios de sol entrelaçando a cortina e parando nos meus pés que estavam tapados com o cobertor.
Conclui que não era o meu quarto, e não conseguia reconhecer onde estava. Me posicionei melhor e tentei me levantar, mas imediatamente cai no chão.
Eu estava sem forças, em uma outra tentativa falha tentei me levantar e acabei caindo e batendo meu nariz na escrivaninha, arfei de dor. Escutei passos e a porta abrindo.
-Anelise!Mas que merda.
A voz era familiar, o perfume... Ele se posicionou na minha frente e me pegou no colo, me colocou cuidadosamente na cama.
-Foi uma batida feia em seu nariz, não foi?– Ele riu.
Na gaveta havia lenços que ele utilizou para enxugar as gotas que saiam do meu nariz.
(...)
Abri meus olhos e estava no mesmo cômodo, senti cheiro de bacon, mirtilo e laranja.
Me movi, mas olhei o soro estava novamente em meu braço...
- Você não irá se matar novamente, não é?
O senhor Harmann estava parado na soleira da porta, ele usava uma bermuda de taquetel rosa com flamingos estampados, e uma blusa lisa branca, seus óculos sempre prevaleciam.
-Onde estou? – Perguntei atordoada.
-Você tem casos de desmaio em sua família Anelise? – Perguntou ele se aproximando e tirando um estetoscópio da gaveta.
-Não.
Ele checou meu coração.
-Respire e segura. - Ele estava verificando cuidadosamente.
O seu perfume me causava arrepios.
-Agora solte.
Ele verificou mais um pouco e guardou o estetoscópio.
- Você é medico?
Ele se agachou perto da cama e disse
-Olhe para mim.
Pegou meu braço e em um piscar de olhos não havia soro em meu braço.
-Meu pai era, eu também sou.
Refleti, enquanto ele pegava um copo de água e remédios e deu a mim.
-E você escolheu ser professor?–
Ele ajeitou o óculo e sorriu.
-É, a vida tem um senso de humor engraçado.
Entreguei o copo a ele e minha barriga roncou.
-Anelise, Anelise. Tem um belo café da manhã a sua espera.
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O preço do meu Sangue
General FictionApós um vírus mortal a população recebe a vacinação tão desejada. O que eles Não esperavam é que o governo fazia experiências com DNA, onde alguns lotes são vazados junto com as vacinas e acabam dando poderes a uma parte da população: crianças, jove...