Capítulo XIV

9 1 0
                                    

 Caminhamos por um corredor pequeno, tinha algumas pinturas de paisagens no campo, na neve, paisagens com céus estrelados.

E logo chegamos a cozinha, a casa parecia ser pequena e simples, cozinha clara com bancada de quartzo. Percebi que não havia uma mesa, apenas uma extensão da bancada com banquetas

Havia muitos cactos e suculentas ao redor das bancadas e armários, e uma grande parte dessas plantinhas estavam concentrados na janela que dava para um quintal de grama cercado.

O senhor Harmann me ajudou a me sentar na bancada, e me trouxe pão com ovos e uma banana, e para beber chá.

- Eu gostaria de café.- Disse eu olhando para o chá.

O professor se apoiou na bancada e disse

-Beba, vai te fazer bem.

Ignorei, e devorei o pão.

E coloquei meus pensamentos no lugar, onde estava, o que aconteceu, cade o samuel...

- Onde eu estou? - Falei em tom exigente.

Ele ajeitou os óculos e disse

- Está em minha residência.

Eu observei melhor, parecia morar apenas ele ali.

-O que houve ontem...?

- O que houve na sexta você quis dizer, não é? – Disse ele em tom debochado.

Eu congelei, procurei meu celular e reparei que estava com roupas que não eram minhas.

Eu comecei a pensar em várias coisas, meu estômago embrulhou. Eu tinha que sair daquele lugar.

Levantei imediatamente e sai correndo, a casa era pequena, mas parecia um labirinto.

-Anelise, não precisa temer.

Meu coração acelerou, achei uma porta e estava escura entrei e me tropecei, e fui rolando escuridão abaixo.

Meu braço doia um pouco, tentei buscar apoio no escuro e achei algo que parecia um interrupitor.

O local começou a acender várias luzes, e mais parecia um consultório do que um...

Acho que era para ser um porão.

Comecei a observar ao redor, tinha cama, e uma mesa de cirurgia, vários objetos para cirurgia, remédios, aparelhos cardíacos, monitores etc...

Escutei ele descendo das escadas, peguei um bisturi e fiquei aguardando.

-Anelise querida, eu estou te ajudando.

Eu não conseguia encontrar ele.

-Você é um psicopata maluco!

Ele riu e aparaceu.

-Você não precisa fazer isso, pense oque quiser, uma hora verá a verdade.

-Quando?Nunca vejo, todos escondem.

Comecei a sentir aquela sensação estranha, parecia que iria desmaiar, meu peito apertou.

Os olhos do harmann pareciam brilhar através dos óculos dele.

Ele imediatamente veio ao meu encontro, me pegou no colo e me botou na mesa de cirurgia. Começou a pegar vários fios e aparelhos que eu não fazia idéia para que serviam.

-Ane, só respira. Você está sentindo o que?– Ele parecia preocupado.

-Eu não sei, eu não sei!

Eu estava com uma sensação horrível e indescritivel.

O senhor Harmann ficou segurando o estetoscópio em meu peito, e enquanto a máquina de frequência cardíaca martelava alto em meu ouvido.

E eu segurei firme em seu braço e não soltei, eu senti como se estivesse sugando ele e tudo ao redor, eu berrei de dor, e ele estava berrando também. O professor não desgrudava de meu corpo e aquela energia só aumentava.

Até que de repente algo como uma explosão de luz arremessou ele para longe.

....

Abri meus olhos e tudo estava diferente, não conseguia enxergar...

-JOSIA SOCORRO! - Eu gritei desesperada – Josia por favor...

Comecei a chorar sem entender, mas ao me levantar em meio a cegueira minha vista pareceu clarear e foi clareando aos poucos...

E vi o senhor Harmann no chão, corri em sua direção e vi que estava sem os óculos, pela primeira vez pude observar seu rosto. Toquei delicadamente em suas bochechas.

-Josia, por favor acorde... - Lágrimas escorreram pelo meu rosto.

Ele parecia se mexer e abriu seus olhos, os olhos dele tinha algo...

O preço do meu SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora