brown guilty and lier eyes

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09 de maio de 2014
Seul, Coreia do Sul

K T H

Tudo começou como mais um dia normal.

E talvez essa tenha sido a pior parte, um dia comum e sem nada de inovador não te prepara para receber as piores notícias vindas de alguém que você nunca esperaria.

Morar com os pais mesmo sendo maior de idade traz algumas frustrações, mas eu já me conformei e aceitei que ainda não tinha condições de mudar isso. Apesar das dificuldades internas, saber que tem seus pais ali todos os dias ainda assim é bem reconfortante.

Meu pai me deixou na faculdade a caminho do trabalho e eu tentei soar o mais animado possível quando ele me perguntava algumas coisas sobre o curso. Eu estava fazendo psicologia, assim como meu pai, e ele parecia o mais empolgado possível com isso.

Não me entendam mal, eu gosto do curso e me adaptei super bem aos colegas e às matérias. Mas, ainda assim, trocaria tudo pela chance de viver da maquiagem. Por isso, sorrir e fingir que estou tão empolgado quanto meu pai não se tornou algo tão difícil de se repetir todas as manhãs.

Nos dois primeiros horários tivemos a matéria de psicanálise e isso foi o suficiente para me animar um pouco e ficar atento e até contribuir com as pequenas discussões. Não retirei o caderno da minha mochila e só notei isso quando olhei pro lado e vi meu amigo, Woo-shik, concentrado anotando cada uma de nossas discussões.

Apesar de termos formas diferentes de estudar, nós dois funcionamos perfeitamente bem juntos. E a prova perfeita disso foi a prova em dupla que fizemos logo em seguida. Eu contribuí muito para as questões mas dissertativas e com bons argumentos, enquanto Woo-shik era muito bom na parte teórica e de lembrar nomenclaturas e termos específicos.

ㅡ Acho que pelo menos um oito a gente consegue ㅡ disse assim que nós dois deixamos a sala de aula juntos.

ㅡ Também acho. Se a professora considerar aquela última questão já vou ganhar meu dia ㅡ Ri fraco e ele concordou comigo.

Deixando o prédio de Psicologia, viramos na área verde bem próxima dos outros prédios de humanas onde ficam alguns estabelecimentos como cafeterias e restaurantes.

ㅡ Vai almoçar com seu namorado? ㅡ perguntou cauteloso.

ㅡ Sim, te vejo amanhã na aula?

Ele concordou e me abraçou antes que seguisse seu caminho até o restaurante onde almoçou sozinho. Eu, por outro lado, andei mais um pouco até procurar onde ficavam as salas do Hyung-sik. Sabendo que ele demoraria mais um pouco, entrei no primeiro restaurante que avistei ali e me sentei nas últimas cadeiras.

Para minha sorte, além de mim só tinha mais um grupo de quatro garotas conversando e comendo mais próximas à entrada. Peguei meu celular e abri o QR Code que tinha preso na mesa e que dava acesso ao cardápio. Porém antes que pudesse me entreter com as diversas opções ali oferecidas, abri o aplicativo de mensagens com meu namorado.

Um suspiro triste e ressentido escapou dos meus lábios quando encarei nossas últimas mensagens. Estávamos sendo fofos e românticos como sempre. Deslizei os dedos sob a tela me prendendo naquelas boas lembranças.

Babe💙:

Vou sair do estágio agora, te encontro lá ou quer que eu te busque?

[Enviado às 18:33]

Amor🧡:

Pode deixar que eu vou.

Cheguei agora, amor.

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⏰ Última atualização: Dec 30, 2021 ⏰

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