learn to walk before you run

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02 de maio de 2013
Seul, Coreia do Sul

J J K

Toda nossa existência é contemplada com primeiras vezes. Tudo, simplesmente tudo, que você for um dia fazer vai precisar passar pela primeira vez e, algumas delas nos marcam mais do que outras.

Me lembro do meu primeiro braço quebrado.

Jimin tinha passado mais de uma semana na casa de sua mãe e quando voltou para a casa ao lado da minha eu estava ansioso para irmos até a casa na árvore, que fica em meu quintal, e brincarmos. Eu subia as escadas rapidamente e Jimin ainda tinha um pouco de medo pela altura da árvore onde fica — até hoje — a pequena casa.

Nos dias que ele esteve fora também aprendi a me pendurar nos galhos e escalar alguns e, é claro, estava doido para me exibir e mostrar para ele. Assim que eu fiz Jimin se desesperou e me pedia para sair dali, mas eu continuava o assegurando de que sabia o que estava fazendo.

Porém, naquele dia algum bicho mordeu minha mão e eu acabei soltando o galho e caindo. Cai bem em cima do meu braço.

No momento que senti meu braço latejar eu só sabia chorar, não só pela dor mas por medo também. Eu não entendia o que estava acontecendo, e muito menos o que eu iria fazer. Durante todos os momentos no hospital eu me sentia apavorado, mesmo com o médico me assegurando de que ficaria tudo bem.

Pelo menos, eu ganhei um gesso que me rendeu vários desenhos maneiros e assinaturas de colegas de classe.

Também me lembro da primeira vez que matei aula e fugi da escola. Era 2009 e tinha acabado de lançar nos cinemas o filme Avatar e todas as salas de cinema em todos os horários estavam lotadas, porque tinha a grande novidade da época: filmes em 3D.

Eu e os meninos já tínhamos perdido as esperanças de assistir ao filme, mas foi quando Yoongi avisou que seu pai tinha olhado e tinha uma sessão mais livre durante a manhã. Alguns de nós relutaram de início, principalmente Hobi, mas no fim das contas Yoongi apareceu com os sete ingressos na manhã seguinte.

Elaboramos o plano perfeito: fomos normalmente para a escola e assistimos às primeiras aulas, e quando deu o fim do intervalo e todos estavam ocupados andando pelos corredores nós pulamos o muro da parte de trás da escola e fomos até o cinema.

Quando, com a ajuda dos meninos, eu fui o segundo a subir no muro e observei o outro lado da rua daquela altura, senti meu sangue correr mais rapidamente nas veias. Corremos pela cidade, o mais longe possível para que não nos vissem e enquanto eu sorria pela adrenalina que aquele ato me causava eu sentia meu coração disparar.

O filme foi incrível na época, mas eu acho que o que eu mais gostei nessa experiência toda foi o sentimento de me sentir vivo enquanto fazia algo sem pensar nas consequências. Era como me jogar em um tanque de tubarões, pular de um penhasco ou atirar uma pedra em um enxame de abelhas.

Mesmo que, no final das contas esquecemos da existência das câmeras do colégio e nossos pais foram chamados pelo diretor e isso me custou algumas semanas de castigo, sem poder sair de casa e brincar na rua.

Outra que me lembro muito bem foi a primeira vez que li um livro.

Era natal e como de costume toda a família Jeon se reuniu em Busan. Estávamos na manhã do dia 25 trocando os presentes, e eu me entretinha com as massinhas de modelar que tinha ganhado. Hoseok me cutucou nos ombros, e quando olhei ele segurava um embrulho em suas mãos.

Minhas tias me explicaram, depois de tê-lo desembrulhado e começar a encarar fixamente o título ''Percy Jackson e o ladrão de raios'', que era um livro de histórias. Eu me lembro de ficar curioso com aquele presente. Acabei não dando tanta atenção para ele nas primeiras semanas, mas um dia estava entediado em casa e sem ninguém para brincar comigo e decidi começar a ler.

Eclipse • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora