three words that i can't hide no more

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13 de junho de 2013
Seul, Coreia do Sul

J J K

Apertei meus olhos assim que acordei de mais um cochilo desde que me transferiram para o quarto particular. Olhar fixamente para os tons de bege no quarto me ajudam com a visão, porém minha vista foi logo tampada pelo corpo do meu pai.

— Você está bem, meu filho? — A voz do meu pai continuava a mesma desde que chegamos no hospital, fraca e preocupada. — Se lembra do porquê está aqui?

Meu pai me perguntou isso as outras vezes que acordei também. Minha mãe sempre tenta o tranquilizar mas ele ainda tem medo de que na hora que eu caí tenha batido a cabeça, mas como das outras vezes eu repito a ele tudo que aconteceu durante a corrida. Quando o soar do apito preencheu meus ouvidos, quando comecei a correr e percebi que estava liderando e, apesar de ter meus olhos focados na linha de chegada a minha cabeça vagava por outros lugares. Eu estava preocupado com Jimin, não sabia o que tinha acontecido e o que eu tinha feito de errado. Repassei toda a manhã em minha cabeça, tentando achar algum mísero erro qualquer que eu tenha cometido. Depois disso a única coisa que me lembro é de uma dor terrível e de ter acordado depois no hospital.

Não me lembro como cheguei aqui mas escutei que vim na ambulância com os meninos. A outra parte da história eu sei por relatos de terceiros que afirmam que eu tropecei, torci meu tornozelo e cai — o que explica alguns arranhões pelos meus braços e pernas. O médico disse que a dor foi muito forte e que assim que cai eu sofri um desmaio o que explica eu não me lembrar de chegar aqui, ser atendido ou de ver meus pais na recepção.

— Eu estou bem.. — asseguro ele, assim que termino de repetir a história mais uma vez.

Meu pai me dá um sorriso triste, talvez pensando que estou exausto de suas preocupações mas eu não me importo, na verdade já tinha me acostumado porque foi do mesmo modo quando quebrei o braço quando menor.

Tentei me sentar na cama mas o movimento rápido fez minha perna esquerda latejar. Meus pais me ajudaram a me sentar com cuidado, arrumando a almofada em minhas costas e a que apoiava meu pé. Escutei alguns passos próximos da porta à minha direita, tentei ver pela minha visão lateral mas não foi preciso pois logo a médica estava em meu campo de visão. Ela trouxe uma nova compressa de gelo e colocou sobre meu tornozelo, senti vontade de gritar pelo frio mas me contive. A garota preencheu mais algumas coisas no meu prontuário e ajeitou seu rabo de cavalo enquanto respondia algumas perguntas dos meus pais.

— O Doutor Jeong vai vir mais tarde com os resultados dos exames e do raio-x, mas ao que tudo indica está tudo bem — Suas palavras pareceram tranquilizar meus pais. — Logo você poderá voltar a correr de novo.

— Você acha que ele pode ficar aqui no hospital essa noite em observação caso algo mais apareça? — Meu pai perguntou e a interna ponderou por um tempo.

— O Doutor pode te responder melhor mas acredito que ele mesmo prefira manter ele ainda por algumas horas aqui para se recuperar antes de voltar para casa. — A garota olhou cuidadosamente alguns dos meus curativos dos arranhões e voltou para perto da porta — Mas não se preocupem, é comum manter os pacientes em observação e não é nada que dure mais de 24 horas.

Meus pais fizeram algumas perguntas sobre alimentação e visitas, depois de responder todas suas dúvidas a interna se retirou do quarto. Minha mãe se dirigiu até a bolsa dela, pegando seu celular e vindo em minha direção depois.

— Seus amigos estão todos esperando na recepção, quer que eu os chame agora? — Concordei com a cabeça — Vou levar seu pai comigo para comer e depois vamos pegar seu almoço. Será bom para ele descansar um pouco.

Eclipse • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora