22 de fevereiro de 2013
Seul, Coreia do Sul❍ J J K ❍
Eu sempre achei curioso a fase de quando ainda somos bebês nos primeiros meses de vida, apesar de ser essencial para a formação da identidade de cada indivíduo, ainda assim não conseguimos reter memória alguma daquela época.
Mesmo que ainda lembramos de algum joelho ralado, alguma bronca feia ou algum presente especial ganhado em nosso aniversário não somos capazes de guardar todos os momentos. Boa parte de minha história, ainda quando um bebê, é lembrada por mim apenas através das histórias ditas anteriormente pelos meus pais.
Eles sempre me contavam sobre minhas bagunças, minhas dificuldades para dormir à noite e de me acostumar com estranhos. Sempre fui uma criança muito tímida e apegada aos dois, por isso assim que nos mudamos de Busan meus pais viram a solução perfeita para a maior dificuldade deles: me arrumarem uma babá.
Não foi por falta de tentativa, eles contrataram mais de quatro profissionais e nenhuma me agradava. Não era nada sobre elas, apenas que nenhuma tinha os abraços da mamãe e nem eram carinhosas como o papai. Foi então que, assim que chegamos em Seul eles me deixavam sempre com minhas tias, e consequentemente com meu priminho Hoseok. Naquela época elas eram menos ocupadas quanto hoje, então foi a oportunidade perfeita.
Meus pais finalmente se deram por vencidos e entenderam que seria difícil eu confiar e me sentir à vontade com uma pessoa estranha sendo minha babá. E desde então eles desistiram dessa ideia.
Bom, isso até semana passada quando Jimin, meu melhor amigo, se ofereceu para ser minha babá para que eu não ficasse sozinho enquanto minha mãe e meu pai estivessem em Busan. De início eu estranhei seu convite, mas quando contei aos meus pais eles ficaram aliviados e conversaram cada detalhe com os pais de Jimin.
Não era a primeira vez que eu dormiria na casa de Jimin, na verdade era longe de ser isso. Mas algo ainda me deixava curioso nisso tudo, talvez pelo título que ele ganharia como se fosse meu ''cuidador'' e a consequentemente associação disso à imagem de que ainda sou um bebê que precisa de cuidados.
— Ei lua, preparado para hoje à noite? — Jimin me perguntou assim que eu cheguei no refeitório da escola, me sentando ao seu lado e retirando da mochila minha vasilha com algumas fatias de bolo.
Hoje já era sexta-feira e logo após a escola eu teria de correr para casa e arrumar tudo para dormir na casa de Jimin. Meus pais saíram para viajar hoje às 18hrs, dando tempo de eles chegarem lá antes de dar meia noite, e retornarão somente domingo pela manhã.
— Estou sim, você foi na locadora de filmes procurar alguns para vermos hoje? — Sorri depois de notar seu sinal de concordância feito com a cabeça — Sério? E quais foram?
— Surpresa! — Jimin riu, abrindo minha latinha de suco e a me entregando — Vai ter que chegar mais cedo para descobrir. Mas, já aviso que foram três filmes.
Sempre tivemos essa tradição, desde quando éramos pequenos, de pegar alguns filmes para assistirmos juntos quando dormimos na casa um do outro. Hoje em dia era bem mais fácil pegar filmes pela internet e baixá-los, mas nos acostumamos tanto que até os dias de hoje vamos nas últimas locadoras que sobraram perto de nosso bairro e lá escolhemos os filmes que vamos assistir.
A decisão era sempre: um que eu queria muito, outro que Jimin queria muito e, por fim, um terceiro onde entrávamos em consenso. Dessa vez, eu não sei o que me aguarda.
Mudamos de assunto assim que notamos os outros meninos se sentando na mesa. Fomos de ''filmes'' para ''provas'', já que o mês estava chegando no fim e isso significaria que logo começaria os testes avaliativos. O primeiro da minha classe seria de língua estrangeira, para a minha sorte fiz um curso de inglês durante quatro anos por isso não tinha de me preocupar tanto por agora. Diferentemente de meus outros amigos que teriam provas de química e matemática inicialmente.
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Eclipse • jjk + pjm
FanfictionHá quem acredite que algumas pessoas assemelham-se ao Sol e à Lua, tendo a vida repleta de divergências e desencontros. O universo criou, portanto, o Eclipse para que a chama de esperança de um dia tê-los de volta aos seus braços nunca seja apagada...