— Quem era aquele homem? — Foi a primeira coisa que Nicolas perguntou quando esteve à frente de Camilla.
— Você não conhece todo mundo aqui? — Indagou seca, limpando mais apropriadamente o rosto.
Ela evitava olhá-lo diretamente nos olhos. Mantinha uma certa distância e estava fechada.
— Não! Claro que não… O que te faz pensar isso?
— Cidade pequena é como uma organização criminosa. Ou todo mundo se odeia, ou todo mundo… se ajuda — e então deu as costas, olhando para o mar congelado e abraçando o próprio corpo.
A brisa soprava em seu cabelo, estava fria e congelou seu rosto o suficiente para querer escondê-lo no cachecol. Por um momento, sentiu falta do Brasil, do calor ardente e o fato de que um moletom já era o suficiente se o frio caísse muito.
Camilla tinha a impressão de que se chorasse mais… suas lágrimas virariam gelo.
— Olha, Camilla, sobre o que aconteceu… me desculpa, tá? Eu sei que foi errado e tô me sentindo mal por ter feito isso. Me perdoa!
— Então confessa que me traiu? — ela o encarou, finalmente. As mantas abafaram sua voz, mas os olhos já revelavam tudo… toda a dor pelo ato. — Eu sempre fui fiel a você, Nicolas e você me faz isso?! Por quê?
— Allyna invadiu meu quarto, Camilla! Eu estava excitado e muito frustrado. Mas eu juro pra você que não transei com ela! Isso eu não fiz!
Mais lágrimas saíram dos olhos de Camilla. Ela estremecia com o frio… estava inquieta naquele ambiente e não conseguia desviar os olhos do namorado. Nicolas tinha uma linda iris azul, seus cabelos loiros e o rosto suave.
Não lhe causava nenhuma excitação vê-lo.
— E o que vocês fizeram? Conversaram! Ah, por Deus, Nicolas! Não nasci ontem! Me esquece…
Camilla bufou e fez menção de se afastar do homem. Ele veio atrás, mas ela o repeliu.
Era um pequeno e intrigante show pelo qual a mulher não fazia questão alguma de olhar quem assistia. Ela apenas soube andar, fugir até ser barrada pela neve densa de partes não transitáveis.
A parte mais bela de Barrow: onde há neve e não casas.
Era uma imensa abertura que levaria em direção a floresta, ao lado do porto. Camilla olhou para aquela região com um certo receio, com medo do que viu a janela. Tudo parecia tão fútil…
Ela sentia uma necessidade de correr dali. Da cidade. Que ficassem com seu lobisomem! Desde que ela estivesse longe…
— Camilla, por favor! Me perdoa! Eu juro que não farei mais. Por favor, meu amor, eu te amo! Me dá uma segunda chance.
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ACASALAMENTO - LUA CRESCENTE
WerewolfA vida impõe normas e regras que as vezes é tomada como "correta" pelo moralidade. Algo como se apaixonar por um sequestrador ou, talvez, uma cristã ter um fogo ardente e insaciável por sexo. Como esconder de seus pais que não é não virgem? Que, na...