C A P Í T U L O 21

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     Beatriz tinha os olhos fixos naquele monitor

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     Beatriz tinha os olhos fixos naquele monitor. A mesma imagem é vista em vários ângulos diferentes. O calor corporal indicava que é, de fato, o Alpha. Mal era possível ver aquela criança erguida como um troféu em suas mãos momentos antes de desaparecer em sua boca.

     Pela câmera comum, a luz e a escuridão distorcem a imagem. Tornava tudo difícil de ver. O Alpha não era mais do que uma mancha branca em meio a escuridão que mal era suprida pela luz. A imagem era, em sua maioria, azul.

    E por isso, a tela onde o verde predominava era o alvo. A mesma imagem gravada por visão noturna, mostrando o que as demais não conseguiam. Beatriz trabalhava nas dimensões, medindo o tamanho da criatura comparada ao bebê.

     Ela evitava ver o momento da morte daquela criança. Não era leve de se ver. O sangue que escorreu pela lateral da boca, os dentes mastigando. Ele engolindo.

    Mexia com ela. Por um lado, é bom que a mãe da criança tenha morrido… e não viu a cena. Essa é a pior parte do trabalho para tentar compreender o comportamento dos lhycans e, consequentemente, tentar desenvolver uma defesa apropriada.

     Se ela tivesse as informações corretas, militares poderiam ter impedido aquele massacre. A criança poderia estar viva. Não apenas ela, mas aqueles idosos e aquelas famílias. Tudo que ela pode fazer é engolir a vontade de vomitar e afiar a mente para desvendá-los.

    Ela não pode perder nada. Aquela oportunidade é de ouro e única. Lobisomens são sempre muito reservados, costumam ser agressivos com curiosos intrometidos e são perigosos. Mortais.

    A tecnologia do século XXI pode ser eficiente contra eles se souberem como usar. Se souberem como se comportar. Mais armas poderiam ser desenvolvidas a partir de estudos apropriados.

— Você está empenhada nesse trabalho — Camy se manifestou, para o susto de Beatriz. A amiga tinha dois copos de café em mãos e um sorriso gentil nos lábios. — Trouxe para você.

— Não sou muito chegada a cafeína, Camy — ainda assim, ela pegou a xícara quente e tirou os óculos quando o vapor chegou ao seu rosto.

— Ué! — Camy puxou uma cadeira para próximo da amiga. Brasileiros não adoram café?

— Eu sequer sei falar português — Beatriz riu. Camy revirou os olhos. — Fui criada aqui, na América do Norte, lembra?

— Sua mãe é brasileira e você nasceu no Brasil. Pra tomar café naquele calor do inferno, tem que amar. Então ponto final. Confesse que goste e tome esse café!

     Beatriz fez uma careta e um esforço para tomar aquele líquido preto e fervente. A mulher agradecia mentalmente sua amiga pela preocupação, já estava a um bom tempo enfurnada naquele vídeo. Camy lhe acompanhou.

— Não vejo o momento de finalmente engravidar e ser proibida de tomar esse negócio… nem com açúcar fica bom! — Ela pousou a xícara na mesa ao lado do monitor. — Credo.

ACASALAMENTO - LUA CRESCENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora