Ela estava parada. Quieta. Imóvel. Apenas o vento ondulava seus cabelos.
Aquele intenso vermelho… o fogo na neve, o sangue das vítimas se destacando em todo o branco do ambiente. O azul fosco do mar, as nuvens e o céu acinzentado.
Ela ficou lá… parada depois de correr da casa do namorado.
E não saiu.
A câmera continuava pendurada em seu pescoço, as roupas aparentavam ser bem mais grossas que o normal. Camilla era uma bolota pequena pronta para entrar em ebulição.
E não ouviu os passos atrás de si.
A neve era esmagada com cautela. Nem o vento denunciava sua presença.
Ele atrás.
Ela na frente.
Sempre vigilante. Uma sombra e nada mais.
O vento dançou mais uma vez e ela fechou os olhos, fungando.
Não porque chorava, mas por apreciar o cigarro em dedos.
— Não seja tão dura consigo mesma — Camilla paralisou no lugar.
Prendeu a respiração e sentiu toda a vibração por dentro da pele. Os pelos eriçando.
Não era o clichê da voz rouca. O sussurro. Era a forma como falou…
Suave como a brisa e mortal como a mais intensa das nevascas. Um lobo a sua nuca. Ela soltou o ar e com ele, a fumaça do cigarro.
Camilla fez o que não costumava fazer: recuar. Cambaleou para frente como se sua presença tivesse a empurrado.
— O quê?
Camilla limpou os olhos para algo realmente digno de fotografia. O mais peculiar dos homens representando o frio de sua espinha.
Pálido como os clássicos vampiros de romance, com olhos destacados em meio aos cílios negros e ofuscados por olhos marinhos. Camilla recuou mais um passo.
Caralho!
Sua pupila ditalou em imediato conforme mantinha o olhar para cima.
Porra, será que cabe?
E se entalar?
Se bem que um carro desses tem mesmo é que ficar seguro na garagem…
O casaco era simples, perfeitamente negro para aquele gigante. Ele puxou o ar para dentro de seu corpo — o pouco que ela tinha — e abriu os lábios com volume mediano.
— Morena.
Camilla acordou do transe com piscadas surpresa.
— Co-C-Com-C-Como?
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ACASALAMENTO - LUA CRESCENTE
Hombres LoboA vida impõe normas e regras que as vezes é tomada como "correta" pelo moralidade. Algo como se apaixonar por um sequestrador ou, talvez, uma cristã ter um fogo ardente e insaciável por sexo. Como esconder de seus pais que não é não virgem? Que, na...