C A P Í T U L O 08

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    O dia amanheceu turbulento

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    O dia amanheceu turbulento. Mais frio e macabro, onde o ambiente cinza dava indícios da grande noite que cairia sobre a cidade por um mês. A cidade estava em pânico.

    Camilla dormia como um lindo anjo sonhando com filhotinhos de cachorro quando a notícia chegou até a casa. Nicolas ficou mais branco que a neve.

    E não acreditou.

    Abandonou Camilla quando disparou para fora da casa.

     "Ocorreu um ataque de animal", disseram seus amigos. O tom melancólico não era apenas na voz, não quando a melhor amiga da amante de Nicolas estava aos prantos. "Toda família da Allyna foi… estraçalhada".

    Camilla ficou para trás, um tanto surpresa. Ela própria não conseguia acreditar, contudo, bastava olhar para a janela e ver o túmulo numa casa não muito distante.

     Sangue manchava as paredes. Havia órgãos por todo lado, corpos praticamente irreconhecíveis. Neve havia entrado pela porta escancarada, tudo estava gelado. O sol mal parecia que havia iluminado o interior daquela pequena casa.

    Nicolas tentou entrar, incrédulo e desacreditado. Gritava e chorava por Allyna. Mas os policiais os barraram.

    Era o final da manhã quando eles chegaram… carros de preto, cobertos pelo manto do frio e misteriosamente chamativos.

    Uma mulher saiu. Alta, loira, com um luxuoso casaco de pele branca. Os lábios vermelhos eram como a perdição e carregava traços asiáticos.

    Talvez… da Coreia, chutando sua origem.

    Ela veio acompanhada de uma mulher e um homem que lhe garantiu total passagem pela casa. Mais homens saíram dos demais carros, incluindo um fotógrafo. Camilla observou como ela escancarou na porta, num gesto surpreso.

    Não demorou até cobrir seu rosto com um lenço.

    O que deveria ter acontecido?

    A mulher tratou se agasalhar ao ver que a temperatura estava a -37°C. Para uma brasileira acostumada com o calor do Rio de Janeiro como ela, a sensação térmica talvez fosse de -500°C.

    Mas quando saiu, todos já haviam entrado dentro da casa e ordenado que fechassem as portas com privacidade com o Xerife. Havia Xerifes naquele fim de mundo? Havia policiais ali?

— Ou, que noite divertida! — Max, murmurou. Apenas o seu crachá pendurado para fora dos agasalhos indicava sua formação acadêmica.

    Legista.

    E mesmo acostumado a ver cadáveres, se surpreendeu com a cena conforme andavam pelo ambiente. Marcas de mãos na parede, sangue no chão e pegadas medonhas no chão pelo qual tiveram que evitar. 

ACASALAMENTO - LUA CRESCENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora