Capitulo I

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Amy Adams

Os lábios dele hesitaram sobre os meus.

Eles se tocariam? Nunca tinha acontecido, independente do quanto eu quisesse. Ele começou a abaixar a cabeça e o meu coração disparou. Sim. Ah, sim. Mas, quando eu me adiantei, ele se afastou, as feições mudando ao ouvir o som de um telefone distante.

Eu acordei.

Peguei o telefone sem fio, ainda sonhando, num lugar onde Adam Noah Levine não estava noivo da supermodelo Behati Prinsloo.

Com a voz rouca de sono e das emoções do sonho, atendi.

- Alô?

- Amy, houve um acidente.

O tom de Michael me fez arregalar os olhos.

- Um acidente? - perguntei, acendendo o abajur.

- Puta merda. Como dizer isto? - hesitou ele, enquanto eu esperava, receosa. - E Adam. Está em coma.

- Onde ele está?

Pulei da cama, apertando o fone no ouvido, os com olhos cheios de medo. Nem perguntei o que aconteceu, descobriria depois. Precisava saber onde Adam estava e como chegaria lá. Comecei a tirar o pijama.

- Está num hospital em Nova York.

Nova York? Eu não sabia que Adam estava na América, porque tinha evitado notícias dele desde que o seu noivado com Behati Prinsloo tinha sido anunciado, dois meses atrás.

- Qual? - anotei apressadamente. - Estarei lá assim que puder!

Desliguei antes que Michael pudesse dizer qualquer coisa. Ele entenderia. Tinha ligado para mim no meio da noite, enquanto os pais de Adam teriam esperado amanhecer, com extrema cortesia. Porque o irmão de Adam sabia que eu amava Adam Noah Levine desde os quinze anos.

Oito anos de amor não-correspondido e secreto, que não diminuíra nem com o recente noivado.

Correndo pelo meu pequeno apartamento, juntei o que precisava para a viagem. Pensei em verificar os vôos, mas desisti. De carro, levaria duas horas e meia; demoraria mais chegar ao aeroporto, marcar uma passagem e tomar o avião. Não sou como os Levine. Não podia me dar ao luxo da atenção da primeira classe ou esperar que houvesse um lugar na classe econômica no próximo vôo.

Mal me vesti, ignorando o sutiã e enfiando um jeans usado, um casaco leve e tênis, sem meias.

Duas horas depois, eu estava no hospital, pedindo para ver Adam.

- É da família? - a atendente perguntou.

- Sou - menti. Os pais de Adam sempre diziam que era era da família. A única família que eu tinha. Agora, o fato de não ser de sangue não importava.

- Chamarei alguém para acompanhá-la.

Cinco minutos depois, que pareceram cinco horas, um jovem usando uniforme verde, me levou à UTI.

- Estou contente que esteja aqui. Ligamos para a família dele em Los Angeles, três horas atrás - pouco antes de Michael ligar, pensei. - Eles não chegarão antes de cinco ou seis horas. Em casos assim, ter os entes queridos por perto nas primeiras horas pode fazer toda a diferença.

Bem, eu não era um ente querido, mas o amava e achava que podia valer alguma coisa.

- O que quer dizer com em casos assim?

- Sabe que o Sr. Levine está em coma?

- Sei.

- Comas são misteriosos, mesmo com todo o conhecimento médico. Há uma questão quanto à presença de pessoas importantes na vida do paciente para tirá-lo do coma.

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