Capítulo XXXI

335 26 1
                                    

Adam Levine

Ao amanhecer, a neve parara de cair, embora o mundo continuasse coberto pela espessa camada branca. Amy verificava se as nossas roupas estavam secas, enquanto eu alimentava o fogo, para ferver água.

Ela abriu a porta da cabine, e ficou observando o lado de fora.

Já, tinha cuidado do fogo e, agora, colocava o café num velho coador. Ele vestia apenas a calça jeans e estava descalço. Mas sustentava um estúpido sorriso no rosto que eu não conseguia e nem queria tirar.

Olhei para Amy que havia entrado novamente na cabine e me observava de um jeito estranhamente travesso e sorri.

- E então?

- Então, o quê?

- Como se sente esta manhã? - meu sorriso alargou-se.

- Não conversamos muito, desde que acordamos, há mais de uma hora.

- Ah, eu estou bem! Mas acho que você precisa esfriar os ânimos.

Percebi que Amy tinha segundas intenções, no momento que olhei para ela, mas só descobri o que era, quando a bola de neve já voava na minha direção. Com um grito, pulei para trás, tentando evitar ser atingido. Em vão, a neve me atingiu na barriga e eu praguejei ao sentir a água gelada escorrer para dentro da minha calça.

Amy caiu na gargalhada e eu a fitei com um sorriso ameaçador, já dando a volta no balcão para alcançá-la. Então ela queria brincar... Ah querida sim, vamos brincar.

- Isso não foi uma boa idéia, querida - falei com falsa suavidade.

Ainda rindo, Amy recuou para a porta e falei em tom prático:

- Está descalço, Levine. Estou de botas. Não vai me perseguir pela neve, sem sapatos.

- Está me desafiando?

Saí ao encalço dela, mas Amy foi mais rápida e atravessei a porta em um pulo. Sem me importar com a falta dos sapatos, fui atrás dela. E, enquanto Amy atravessava a varanda e descia os degraus, saltei por cima da cerca e a alcancei com facilidade. Segurei-a pela cintura, na intenção de tomá-la nos braços e levá-la de volta para dentro. Porém, perdi o equilíbrio no chão escorregadio e, no momento seguinte, estávamos os dois caídos na neve, numa grande confusão de braços e pernas.

Fiquei sobre ela e segurei suas mãos.

- O que disse sobre esfriar os ânimos?

- Adam! Está louco! Vai congelar o meu...

- Peça perdão, ei melhor, me dê um beijo.

- Adam! - Sem fôlego de tanto rir, Amy ainda fez um esforço para libertar-se, mas acabei se rendendo. - Está bem. Só um beijo.

- Acho que vou querer dois. - pousei os lábios sobre os dela. - Pensando melhor, que tal uma dúzia?

- Vamos ficar encharcados de novo! - ela murmurou, passando os braços em torno do meu pescoço.

- E teremos de tirar a roupa e pendurá-la para secar - eu repliquei, desabotoando-lhe a blusa. - E ficar o dia todo na cama...

- Melhor do que passar o dia aqui... Estou começando a sentir frio...

- Vou te esquentar - prometi, depositando beijos em seu decote exposto pela blusa aberta. - Estou pensando numa porção de maneiras...

Amy ficou imóvel.

- Adam, acho que ouvi alguma coisa. Não é um...

- Helicóptero - falei, virando-me a tempo de ver o helicóptero aparecer do outro lado da clareira. - Droga! - Suspirei e colei o rosto ao dela. - Acho que já fomos encontrados, querida.

Dona do seu Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora