Capítulo VI

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Amy Adams

Definitivamente, tudo tinha dado errado naquele dia.
Bem, nem quase tudo, Adam já conseguia sentir as pernas, o que significava que logo poderia andar novamente, isso era ótimo.
Eu tinha conseguido um apartamento em Nova York e um novo emprego num laboratório, isso também era ótimo...

Não costumo ficar me queixando da vida, não faz o meu tipo. Mas por mais maravilhoso que aquele beijo tivesse sido, só serviu para me mostrar o que eu já sabia, eu nunca seria mulher o suficiente opara um homem como Adam Levine. Mas por que doía tando saber daquilo?

"- Acho que você sabe a minha resposta -" Adam havia dito. E o que mais eu poderia esperar? Que ele dissesse que ficaria comigo? Ah cai na real Amy! Isso era impossível de acontecer ate mesmo nos meus sonhos...

Foram as últimas palavras que eu registrei, enquanto minhas pernas trôpegas me levaram correndo para fora do quarto, lágrimas verdadeiras correndo pelo meu rosto. Diferente das lagrimas de crocodilo que Behati havia derramado dentro do quarto fazendo drama.
E o pior de tudo era saber que ela estava certa. Eu me atirei em Adam! Droga, o que diabos eu estava pensando?!
Pensei ter ouvido Adam chamar o meu nome, mas afastei a idéia fantasiosa. Ele tinha escolhido. Ele me mandou embora. O que não rasgava meu coração tanto quanto Behati ter conseguido me tirar da vida de Adam.

Fui a casa de Michael, tinha que ir ate lá para buscar minhas coisas mesmo.
Afundei na cama, contente por Michael estar em Roma, numa reunião com (resto da banda). Podia fazer minha mala e chorar em paz.
Me sentia como quando meu pai morrera: sozinha, perdida e com dor. Humilhada. Mas, não tinha sentido humilhação quando meu pai morreu. A lembrança de me jogar sobre Adam me mortificava. Como eu tinha sido tão atrevida? Provavelmente, ele pensaria que eu sou uma espécie de ninfomaníaca.

Gemi, enterrando o rosto no travesseiro. O que não ocultava meus pensamentos tormentosos. Tinha me portado como uma idiota completa e minha alma doía reconhecendo aquilo. O telefone tocou, mas eu ignorei. Devia ser a arrumadeira.
Talvez um dos médicos de Adam. Inferno.

Me esforcei para sentar e pegar o fone, quando ele parou de tocar.
Melhor, não queria falar com ninguém. Mas, pensar que podia ter sido um dos médicos dele, aumentou mais minha tristeza. Sem mim, quem ia garantir que Adam iria insistir na fisioterapia? O terapeuta, um gigante loiro, era um grande fã da Maroon5 e tinha medo desagradar Adam. Até Michal hesitava cruzar com o irmão de mau humor.

Ele é quem tinha arranjado a linha telefônica para o quarto do hospital.

Ninguém estaria por perto para garantir que ele não canalizaria muito de sua energia em voltar para os palcos, ao invés de em sua melhora.

As lágrimas queimaram meus olhos. Tinha sido uma idiota e Adam pagaria por isso. Eu não era tão arrogante de pensar que realmente, ele precisava de mim. . Mas precisava de alguém para ajudá-lo a ficar na linha e Behati certamente não ia fazer isso. A bela modelo e egocêntrica demais para se importar.

Não sei exatamente quanto tempo fiquei curtindo meu desespero, mas afinal me levantei, começando a fazer a mala.
Tinha que me afastar e parar de pensar naquilo. Voltar a ser como há um ano atrás, quando Adam e eu não matinhamos contato e eu não era obrigada a vê-lo com Behati a não ser numa notícia de TV.
E as coisas tenderiam a piorar. Assim que o noivado fosse anunciado para imprensa eu teria que aguentar inúmeras matérias de fofocas sobre os dois, comentários sobre o quanto são perfeitos juntos, que seria o casamento perfeito para duas pessoas perfeitas...
Fechei os olhos para tentar não pensar mais em Adam, por que só me feria sofrer ainda mais. Eu o amo tanto que o simples pensamento de que ele está apaixonado por outra mulher, que ele estará casando em breve com outra mulher, quem sabe tendo filhos, era doloroso demais.

Eu queria dormir por uma semana inteira, e de preferência não sonhar com nada.

Ainda bem que durante as próximas semanas eu estaria mais ocupada decorando meu novo apartamento, talvez isso tirasse meu foco dos últimos acontecimentos desastrosos da minha vida. Eu tenho certa mania por organização, mas por mais perfeccionista eu fosse na arte da organização, a única coisa que eu não conseguia organizar eram os meus sentimentos. Frustrante, eu sei.

Abri os olhos determinada. Não deixaria que aquilo me jogasse para baixo, não dessa vez.
Estava em Nova York, tenho um novo emprego e um apartamento para decorar. Talvez eu até adotasse um gato ou dois, a companhia felina era sempre fiel.

O que me importa se Adam e Behati ficassem juntos para sempre? O que me importava se eles se casariam, tivessem filhos e Behati esfregasse na minha cara o quanto Adam a ama e o quanto são felizes?

- Nada! - falei baixinho - nada mesmo....

Eu provavelmente me casaria também, com algum colega de trabalho, alguém como eu, alguem que não fosse um cantor sexy e famoso. Alguém que não seria o amor da minha vida, e eu passaria o resto da vida desejando um homem proibido, veria meus cabelos ficarem brancos e as chances de conquista-lo ficando cada vez mais distante. Por fim entraria num modo de aceitação e me culparia por não ter seduzido Adam mesmo sabendo que ele amava Behati, e acabaria sozinha com seis gatos...

-ah, chega! - gritei. - tenho que parar de pensar nisso ou irei enlouquecer! Desde quando sou tão dramática?

Joguei as roupas na mala sem me importar em dobrá-las e a fechei, em seguida fui ao banheiro, após lavar o rosto peguei um papel e caneta e deixei um breve aviso para Michael explicando minha partida. Ele entenderia.

Passei as mãos pelos cabelos para ter ao menos uma aparência humana ao sair do hotel, tinha consciência de que meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e que talvez eu estivesse meio pálida, ajeitar os cabelos não ajudaria em nada.

Peguei a mala e sai do quarto.
Era o fim da minha amizade com Adam. Behati e o destino finalmente tinham conseguido nos separar.

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