Capítulo XIX

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Amy Adams.

Alguns minutos após entrar na cozinha eu ainda remoia minha raiva. Peguei um copo e o enchi de água e com alguns goles grandes tomei todo o conteúdo.

Não, definitivamente, ninguém podia ser louco o suficiente a ponto de mergulhar num casamento, mal tendo saído de outro. E Adam Levine podia ser tudo, menos louco. Exceto quando se tratava de mulheres.

Logo depois do casamento com Behati, eu havia concluído que somente um defeito genético poderia ser responsável por um homem inteligente e bem sucedido se tornar um perfeito idiota.

Era verdade que Behati não havia dado a ele a chance de analisar os prós e contras. Havia se atirado sobre Adam cinco minutos depois de conhecê-lo, e Adam tivera o destino selado, antes mesmo de saber o que o atingira.

Eu sabia que Adam era tudo o que Behati esperava de um homem: rico, independente, bonito, e bem sucedido. Sabia se comportar em qualquer ambiente social, escolher os melhores vinhos, velejar, cavalgar e conviver com uma mulher independente como ela. E acima de tudo, conhecia muita gente importante. Irresistível para uma mulher ambiciosa como ela.

Behati, por sua vez, era provavelmente tudo o que Adam pensava estar procurando em ma mulher: linda, brilhante, atirada no mundo da fama. Haviam se tornado um casal espetacular durante os dois primeiros meses de casamento, provocando elogios da alta sociedade de Hollywood. Porém, pouco a pouco, o sonho se desfizera em pedaços. Menos de três meses após o casamento, Adam tornara-se fechado, retraído e mal-humorado, evitando as pessoas, trabalhando até altas horas em suas músicas novas, fechando-se para o mundo.

Eu me mantive longe da situação, até uma noite em que Adam bateu na minha porta, sem avisar.

Depois de expulsar um amigo que estava jantando comigo, Adam se serviu de uma dose de conhaque, bebeu tudo em um só gole e atirou o copo contra a parede. Na hora eu me limitei a apenas fita-lo, me preparando internamente um belo discurso que o faria se sentir culpado pela hora em que pensou em ir a minha casa daquele jeito. Então ele me contou sobre a briga que havia tido com Behati, por causa de sua vontade de ter filhos e da recusa dela em sequer discutir o assunto.

Behati havia se casado com Adam, acreditando que ele estava tão envolvido no trabalho quanto ela. Não sabia que Adam se sentia pronto para relaxar e diminuir seu ritmo frenético, para desfrutar dos benefícios do sucesso.

Pronto para tornar-se pai de família.

Então Behati Prinsloo, foi embora dizendo que não aguentava mais viver com ele e que ia pedir o divórcio. Sim, ela é uma vaca.

Durante algumas semanas antes que o divórcio fosse realmente oficial, Adam afundara-se em uma depressão. Então começou a se recuperar e foi juntando os pedaços de sua via.

Exceto pelo fato de ter se tornado diferente, mais quieto, menos sorridente, mais fechado, como se jamais fosse permitir que alguém se aproximasse tanto.

Suspirei colocando o copo no balcão da pia e depois de alisar o tecido do meu vestido, voltei para a sala, onde Adam estava falando ao telefone parecendo um pouco agitado.

Era difícil saber quando ele estava realmente agitado ou apenas animado. Ele foi diagnosticado com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade quando tinha quatro anos de idade. Apesar de seu problema, sempre foi um ótimo aluno e tirava boas notas.

- Aqui? Não, creio que não... - ele falou com a pessoa do outro lado da linha - É claro, mas creio que Michael não poderá estar presente.

Sentei no sofá o observando curiosa. Estava claro que se tratava de um assunto relacionado a empresa da familia Levine. Mas era raro que encomodassem Adam com ligações. Eles só telefonavam quando algo muito importante estava prestes a acontecer...

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