Capitulo 14

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{se você pelo menos soubesse como eu te vejo, você voltaria a viver? | Sabrina Carpenter }

   Uma semana havia se passado, Jake estava em seu próprio círculo vicioso de autodestruição e eu não conseguia fazer nada para ajudar.
    
     Ele faltava aulas, estágio e todas as noites eu ouvia seu choro no banheiro. Hoje era uma dessas noites. Eu não sabia como ajudar, ele estava me afastando. Mal falava comigo, a questão do eu estou apaixonado por você? Nunca mais foi citado, e tudo bem. Eu estava bem com isso, e não iria cobrar nada desse tipo para ele no momento. Não seria justo, mas antes de tudo éramos melhores amigos, e eu não podia o deixar chorando no banheiro à noite.

- Jae - sussurrei abrindo a porta do banheiro e encontrando ele sentado no box com roupa, o chuveiro ligado e o molhando enquanto o mesmo chorava abraçando suas pernas e senti as minhas próprias fraquejaram, meu Deus.

- Não quero que você me veja assim, Luna. Saia - ele falou com a voz fraca, mas eu não consegui. Eu fui até Jake, nem me importando se eu iria me molhar também. E o abracei - Quando a dor passa?

- Não sei- sussurro levantando seu queixo de leve, para que ele me encarasse, e os olhos vermelhos e tristes encontram os meus. - Jae, você sabe que ela não te deixou, não realmente, a energia dela pulsa ao nosso redor - ele assentiu, mas não pareceu acreditar no que eu estava falando - Eu preciso de contar algo - falei com o coração na mão enquanto ele só me encarou - Você... - respirei fundo - Ela não era sua única família.

- O que? - ele me encarou confuso, mas eu balancei a cabeça, e me levantei e estendo a mão para ele.

- Termine o banho, Jake. Eu te explico.

- Você é mais do que eu poderia sonhar - ele falou me dando um beijo leve. Uau, eu não estava esperando por isso, estava meio atordoada, e saí do banheiro tocando os lábios com as pontas dos dedos, estava claro que Jake precisava da ajuda de um profissional, seria bom para ele. Encarei minhas roupas molhadas e suspirei, trocando por um moletom grande e indo preparar um chá, ligando a televisão em uma música relaxante. Coloquei camomila na água quando ferveu, com Jake morando em meu apartamento, ele arrumou tudo compulsoriamente, disse que o ajudava a não pensar na mãe então não me opus.  Olhei ao redor, vendo o chão do apartamento pela primeira vez em muito tempo. Meu apertamento estava limpo, muito limpo, e agora eu observava a sala cheia de plantas e com varias prateleiras com livros. A luz amarelada da rua iluminava um pouco o apartamento, então eu somente liguei algumas luminárias.

   Eu sai de meus pensamentos vendo Jake se encaminhar para o sofá com uma calça de moletom, me dirigi a ele com uma xícara de chá, bem doce e o dei a caneca, ele nem reclamou, mostrando o quão mal estava. Ele tomou um gole e eu peguei sua mão livre. E então ele olhou em meus olhos e eu ofeguei com o que vi. Vi a alma dele, e ela estava quebrada.

- Jake, eu preciso que você não surte - comecei e ele me olhou preocupado - Você sabe o nome do seu pai? - ele me encarou negando com a cabeça - Sua mãe me contou antes de... Bem... Você sabe - seus olhos lacrimejaram e eu tenho certeza que aquele dia reviveu na mente dele, na realidade eu tenho certeza que ele tem revivido aquele dia a todo momento em sua mente - O nome do seu pai era...- suspirei - Miguel Donfort - Jake imediatamente me olhou alarmado.

- O mesmo nome do pai de Hannah e Lily? - ele perguntou e eu assenti, encarando o choque percorrer o rosto de Jake, sabia que seria difícil, agora além de uma mãe morta ele tinha uma irmã sequestrada.

- Jake... - comecei

- Eu preciso ficar sozinho, Luna - eu o encarei, sem saber ao certo o que fazer. Não queria deixar ele sozinho nesse momento. - Luna, por favor - sua voz quebrou.

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