Capítulo 16

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{é um jeito muito cruel de viver, como se não houvesse sentido nenhum ter esperança | Zayn e Taylor Swift}

Eu senti cheiro de queimado, de folhas queimadas, algo me segurava contra o chão. Quando olhei, era um homem ele arrancou minha blusa, quando olhei em volta, eu estava dentro da biblioteca, ela estava em chamas, o calor do fogo aqueceu minha face e a sensação de ansiedade e medo me percorreu. O homem me segurou e tentou me beijar. Eu não o conhecia. Quando encarei seu rosto mudou. Passou de um desconhecido para o rosto de Jessy, e então mudou para o De Thomas. Depois o de Cleo, o rosto de Dan. De Lily, de Richy e por fim a máscara do homem sem rosto.

- Não - gritei em um pulo e olhei ao redor. Não havia nada queimando. Não havia ninguém me segurando. Eu estava em meu quarto. Sozinha pela primeira vez em tempos, toquei meu rosto e percebi o quanto ele estava suado, meu corpo inteiro. Eu estava tremendo. O coração palpitava tão forte que parecia querer sair do peito. Merda. Meu estômago se revirou e eu corri para o banheiro, vomitando tudo o que havia em meu estômago, eu esperei que o vômito parasse, que os tremores remanescentes se tornassem mais esparsos e se fossem, como ondas em uma poça. Ofegante, eu me apoiei sobre o vaso, contando cada respiração, tentando fazer com que meus pulmões traidores inspirassem. O pesadelo havia sido tão real. Me encostei na parede em frente ao vaso e inclinei a cabeça para cima, fechando os olhos e sentindo o gosto amargo em minha boca.

E então a primeira lágrima escorreu. E outra, e outra. Meus olhos pareciam um rio transbordando, as lágrimas escorriam em minhas bochechas e eu coloquei a mão na boca, impedindo que o grito saísse. Minha garganta doía, minhas pernas também. Tudo doía. Eu estava preparada para tudo, menos para a dor que havia me invadido. E fiquei ali. Chorando no chão do banheiro até que amanhecesse. Gritando silenciosamente para quem quer que fosse escutar. O ar escapando de meus pulmões. Chorei tanto que as lágrimas secaram. Quando o primeiro raio de sol entrou pela Janela do banheiro, eu me enfiei em baixo do chuveiro, ligando o Jato de água tão quente que queimava a pele. Eu não me importei. Só fiquei ali, por longos instantes, rezando para que a água lavasse e levasse para longe aquele pesadelo bizarro. Levasse para longe a dor de ser assediada. Levasse tudo. Me sentei no chão, e puxei os joelhos para o peito, os abraçando. Não sei quanto tempo fiquei ali.

- Achei algo - falei enquanto olhava em meu notebook

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- Achei algo - falei enquanto olhava em meu notebook. Hoje eu não consegui ficar dentro de casa, as paredes me sufocavam, então eu pedi para que investigasse nós no lago. Era tranquilo, ao ar livre, e hoje era domingo. Embora Duskwood não fosse mais a mesma desde a notícia sobre o corpo, alguns corajosos ainda se aventuravam no lago. Jake e eu estávamos apoiados em uma árvore, longe da margem do lago. Sentados em uma toalha xadrez com uma térmica de café pela metade.

- O que você encontrou? - abri o arquivo, parecia um tipo de anotação digital

Para onde devo ir?
O que vai acontecer quando não tiver mais para onde ir?
Quando o sentimento falso desaparece, porque não há mais sentimentos a serem ignorados.
A floresta estava inerte, mas nem sempre havia sido assim. Hoje é um daqueles dias, um dia horrível, mas ninguém me disse que os dias que antecederam esse momento seriam igualmente difíceis de entender.
Eu sei que vai passar.
Sempre passa.
Mas ajuda se não pensar nisso.
Hoje é um dia horrível para mim.

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