capitulo dois

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    Corri o mais rápido que conseguia, sem me importar com a chuva ou se o meu material/celular iria molhar.

    Sabe lá deus o que o Senhor-Perfeição-Agora-Nem-Tão-Perfeito faria comigo! Cruzes! Bate na madeira!

    Corri para salvar a minha vida e escutei um barulho de moto atrás de mim. Ai eu pensei "ferrou, o cara ta de moto, ele vai me alcançar e colocar meus orgãos numa banheira de gelo e..."

   Mas, então, eu percebi que já estava no portão de casa. Como eu disse antes, minha casa estava bem perto.
   
    Gritei desesperade pra minha mãe vir abrir o portão, porque, pra variar, naquele dia incrível (note a ironia), eu tinha esquecido minhas chaves. Minha mãe veio assustada abrir o portão pra mim, tadinha...

     Mal entrei em casa e já começaram as perguntas. Eu estava tremendo um pouco, não sabia se era por frio ou por medo ou estresse, sei lá... só sei que não conseguiria responder minha mãe naquele momento.

     Ela me bombardeava de perguntas e eu subia as escadas com uma cara de espanto. Antes de chegar no meu quarto, escutei minha mãe perguntar:

    — Meu deus... o que aconteceu?! Parece que viu um fantasma!

    E parecia mesmo!

    Eu estava em completo estado de choque, digerindo tudo que tinha acontecido.

    Aquele tinha sido o pior dia da minha vida!

    Em um dia eu tive que enfrentar o fato de que o meu clube iria fechar, meu ônibus passou mais cedo, tive que voltar sozinha para casa, choveu, achei LEE FUCKING MINHO FUMANDO MACONHA EM UMA ESQUINA, saí correndo pra salvar minha vida, fui perseguida, e AINDA POR CIMA esqueci minhas chaves.

    Talvez isso não fosse desculpa para não tomar banho, mas eu só troquei de roupa e fui deitar na minha cama.

    O ultimo pensamento que eu tive, antes de fechar os olhos e dormir, foi que tudo que eu vivi naquele dia tivesse sido um grande e horrível pesadelo. Um que não iria se repetir.

(...)

    No dia seguinte, eu acordei assustade, com o som do despertador em meus ouvidos. Muito assustade, suando frio, com arrepios por todo o meu corpo.

    Olhei em volta e estava em meu quarto. Na minha cama. Respirei fundo, aliviade. Estava tudo bem... talvez tenha sido mesmo um pesadelo.

   Fui ao banheiro tomar um banho, porque estava me sentindo pegajosa. Pensei em tudo que tinha acontecido no meu sonho-talvez-real e saí do banho mais apavorada do que quando acordei.

   Vesti a calça azul do uniforme da escola e a blusa, que coloquei por dentro. Vesti por cima um cardigan vermelho, daqules bem de nerd de filme americano. E depois coloquei duas presilhinhas, uma rosa e uma roxa, prendendo minha franja para o lado. Passei um pouco de maquiagem, mas só para esconder as minhas espinhas.

    Não sabia como o meu gênero estava naquele dia... Mas eu estava me sentindo linda.

    Pus os meus óculos, peguei meu celular e desci as escadas em passos leves. Estava sentindo que aquele dia não seria tão ruim quanto o anterior.

   — Bom dia mãe! – dei um beijo em sua bochecha, depois me sentei para o café da manhã.

   — Bom dia, filh... a? – me desejou bom dia em tom de dúvida, que me fez rir. Era fofo ver ela tentando.

Dandelions ❀  - MINSUNG.Onde histórias criam vida. Descubra agora