capítulo doze

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   "O seu dia pode ser bem complicado hoje. Devido ao alinhamento da sua lua, hoje ligada à Mercúrio, você pode enfrentar advertências. Tome cuidado com virginianos. Fique perto de leoninos. Segure suas emoções e não tome decisões por impulso, senão irá se arrepender."

  Frase do dia: "Há males que vêm para o bem."

  Cores do dia: Branco e vermelho.

  Objeto da sorte: óculos.

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    Eu era uma pessoa muito sortuda. Sabe?

   Eu acreditava muito nisso, em sorte, em destino, eu audios de alguma rede social que supostamente me davam algo que eu queria muito se desejasse bastante. Sempre foi assim.

   Amava ler e estudar sobre superstições, lendas urbanas, signos. E eu acreditava mesmo nisso.

   Podem me chamar de bobo — assim como Changbin —, mas era algo que trazia conforto pra mim. Pensar que tinha um objetivo que me aguardava, que eu tinha um propósito na vida. Era algo que realmente me fazia querer viver. Até poderia ser considerado o esteriótipo de "jovem místico", mesmo não sendo aquele tipo chato.

   Apesar de tudo, eu não fazia o tipo religioso. Era apenas supersticioso ao extremo, do tipo que sempre via um sinal do universo em tudo que acontecia, e não negava quando alguma senhora da praça se oferecia para ler a minha mão.

   Eu sempre via meu horóscopo de manhã, me arrumava de acordo com ele, e deixava tudo alinhado para que nada de ruim acontecesse. Naquele dia, não foi diferente. Fiz o meu ritual: levantei cedinho pela manhã e chequei a previsão do meu signo. Minha lua estava alinhada a mercúrio e meu ascendente estava ligado à marte. Provavelmente seria um dia difícil.

    — Você já ta bancando o maluco dos signos de novo? – escutei a voz sonolenta da minha irmã atrás de mim. Revirei os olhos e continuei lendo meu horóscopo. — Sério, Minho, não são nem seis horas ainda.

    — Por que você não vai cuidar da sua vida? – virei e a encarei mexendo no celular, mas logo voltei ao que eu estava fazendo — Enxerida.

    — Crianção. – ela me mostrou a língua. Eu não conseguia ver, mas sabia, porque ela sempre fazia isso. — Já vi que a previsão não foi boa.

   A ignorei. Ela levantou e passou atrás de mim, me dando um tapa na nuca, indo ao banheiro logo após.

   Minha irmã achava que tudo isso era besteira, já que ela não acreditava. E eu apenas ignorava os seus comentários irônicos porque odiava me estressar com ela — por mais que ela não facilitasse na maioria das vezes.

    Nós dois vivíamos em um apartamento pequeno na zona norte da cidade. Não era um lugar muito bom, mas era confortável e dava pra viver. Nosso apartamento só tinha dois quartos (um nosso e outro do nosso pai), cozinha e banheiro.

    Nós dois sempre fomos muito ligados. Desde pequenos. Acho que, por termos a mesma idade, isso facilitou a nossa relação ser próxima. Mas tivemos que nos separar por um tempo quando nossos pais se divorciaram; só que não durou muito, já que a minha mãe perdeu a minha guarda. Desde então nós morávamos naquele lugar com o meu pai.

    Minha mãe sofria de um transtorno diassociativo de personalidade e teve que ser internada quando nós tínhamos oito anos. Uma vez por mês nós íamos visitá-la na clinica.

    Minha irmã sofreu muito com tudo isso. Eu sempre estive lá para defendê-la e protegê-la de tudo, e eu era o seu único porto seguro
Por isso eu não gostava de me estressar com ela.

Dandelions ❀  - MINSUNG.Onde histórias criam vida. Descubra agora