C A P Í T U L O 37

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Julie Molina

Meu Deus, isso é... Isso é bom.

Seus lábios estão frios, mas sua língua é quente e úmida quando entra na minha boca, bem devagar. Luke me beija diferente das últimas vezes, intenso, mas lento e molhado. Apesar do furacão que se revira entre nós dois, apesar do tanto de coisa que ainda precisamos conversar, isso aqui - nós - é tudo o que estou precisando.

Meus joelhos começam a tremer levemente, sinal do quão fraca Luke me deixa. Não me surpreenderia caso minhas pernas me traíssem e eu caísse no chão agora mesmo. Eu o seguro pela camiseta xadrez escuta que está usando, puxando-o para mais perto. Luke segura meu rosto entre as mãos, com força, chegando a apertar minhas bochechas entre os dedos - isso me lembra do desenho que eu estava fazendo hoje mais cedo.

Tão lento quanto o beijo, Luke afasta a boca da minha e respira fundo, tão sem fôlego quanto eu. Abro os olhos e dou uma risadinha baixinha, fazendo Luke me acompanhar.

- Você falou primeiro. - ele murmura com um sorrisinho convencido no rosto.

- E você também não tem nada pra me dizer? - ergo uma sobrancelha.

Suavemente, Luke segura minhas mãos e alisa os dorsos com o polegar. Um arrepio sobe pelos pelinhos dos meus braços, e esse reflexo me faz ergue as sobrancelhas subitamente, como se tivesse levado um susto. Mas, muito ao contrário de levar um susto, eu me sinto energizada por um misto bizarro de felicidade e medo. As borboletinhas no meu estômago estão enlouquecidas com isso.

- Eu... Eu tô apaixonado por você, Jules King. - quando as palavras saem lentamente da boca carnuda de Luke Patterson, eu praticamente perco o fôlego. - E a razão de eu não ter dito isso logo, quando me pediu, não foi por orgulho, foi porque tive medo de estragar tudo.

- E por que acha que isso estragaria tudo? - pelo contrário, só iria melhorar.

- Amor, relacionamentos, namoros... Garotas apaixonadas. Eu sempre vejo isso nos filmes, nas séries e até mesmo aqui na vida real, mas quando acontece de verdade...

- Assusta. - completo e sorrio de canto. - Eu entendo. Vi o casamento dos meus pais acabar; o amor acabou. Se isso fosse acontecer comigo no futuro, eu preferiria não me apaixonar.

Luke me olha no fundos dos meus olhos, e, sem nem perceber, me puxa mais para perto. Quando apoio as mãos em seu peito, sinto seu coração disparado como o meu, e por algum motivo eu me sinto ainda mais aliviada por isso.

- E o que mudou? - ele pergunta.

- Nada. Decidi arriscar. - sorrio e levo sua mão até meu próprio peito. Tenho a impressão de que Luke se assusta um pouco com a velocidade dos batimentos cardíacos, mas ele não se afasta. - Vai partir meu coração, Allen?

- Nem se eu quisesse. - ele sussurra.

Antes de me beijar, Luke abre um sorrisinho errado com o canto dos lábios, e isso me deixa arrepiada, mas não de um jeito bom. Ignoro essa sensação ruim de que vou sair magoada dessa história toda, e o beijo de volta.

Quando sua língua volta a acariciar a minha, e seus lábios úmidos envolvem os meus, até meu coração aquece um pouco mais. Aquelas borboletas no meu estômago estão ainda mais agitadas, causando um alvoroço dentro de mim, mas na verdade não é tão ruim assim. Na real, eu tô me sentindo é feliz, com um pouco de medo, mas ainda feliz.

- E agora? O que a gente faz? - pergunto quando paramos de nos beijar, e Luke encosta a testa na minha. - Como funciona isso?

- Eu não faço a mínima ideia.

Nós dois damos risadas.

- Tá, só para esclarecer, você não vai ficar mais com outra garotas, ou vai? - ergo uma sobrancelha e mordo a bochecha.

- Não, não vou não. - sorrindo, Luke laça minha cintura com os braços e me junta com seu corpo. - O único boquete que me interessa agora, é o seu.

Lhe dou um tapa no braço e ele ri.

- Hahaha, você é muito engraçado. - reviro os olhos, apesar de estar toda vermelhinha agora. - Eu tô falando sério.

- Eu também. Você é importante pra mim, King!

Sorrio de canto. Tem como esse dia ficar melhor? Em comparação com ontem a noite, hoje está sendo incrivelmente agradável. Talvez mais do que somente agradável.

- Nada de Kayla? - pergunto.

- Nada de Nick? - Luke ergue uma sobrancelha.

- O quê? Não! O Nick é meu amigo, vai. Nunca tive nada desse tipo com ele.

- Foda-se, ele tá doido pra pegar você que eu sei.

Reviro os olhos outra vez.

- Cinco minutos. Cinco minutos Luke; consegue ficar sem brigar?

É ele quem revira os olhos dessa vez, mas sorri para mim e confirma com a cabeça.

- Tudo bem, falamos disso depois. - ele diz, o que me faz crer que ainda temos muitas conversar para por em dia - ou discursões.

- Agora é sério; o que a gente faz?

Enquanto pensa, Luke apoia o rosto entre meu pescoço. Sinto cada respiração pesada e quente em minha pele, e isso continua me arrepiando, enviando ondas de calor do peito direto para meu rosto. Eu o abraço, passando minhas mãos em suas costas, - que parecem minúsculas diante dele - e sentindo os músculos por debaixo da camiseta xadrez.

- Caralho, existem tantas coisas para serem feitas, mas eu só consigo pensar em uma. - Luke ri baixinho e com maldade, em seguida sinto sua boca tocar a pele do meu pescoço. Eu cravo as unhas no tecido de sua roupa, puxando com força. - Mas é pecado se eu disse em voz alta, minha linda...

Fecho os olhos e solto um gemido tímido quando ele suga minha pele entre os dentes, um gesto que com certeza vai deixar um chupão daqueles - meu pai e minha mãe me matam se virem isso. Não me importo com isso, ao invés disso, puxo seu cabelo na nuca para incentivar. Como fomos de brigados, para apaixonados e agora isso? Essas mudanças de sentimentos me deixam zonza, mas acho que vale a pena se eu for continuar sentindo o que sinto quando estou com Luke.

- Privacidade... - murmuro. - Precisamos de privacidade.

- Na minha casa? - Luke para de me beijar e eu solto um resmungo de protesto, o fazendo sorrir.

- Carrie... - começo, mas ele me interrompe.

- Ela saiu com a Lauren. - Luke se inclina e encosta a boca na minha orelha, a aquecendo com seu hálito quente. - Vamos ser só eu e você. Posso comer você na sala, na cozinha, no banheiro e até no corredor se quiser. É só pedir, linda.

Eu juro, juto que nunca quis tanto uma coisa na vida. Lentamente, eu afirmo com a cabeça e Luke ri baixinho.

- Então o que estamos fazendo aqui ainda? - ele beija minha bochecha e então se afasta.

Segurando minha mão, caminhamos juntos pelo gramado do campo. Estou ansiosa para saber que tipo de coisa vamos fazer na casa dele, - eu sei que é sexual, mas existem tantas opções - e não vejo a hora.

Enquanto vamos embora, um trovão alto reverbera ao redor do céu cinzento, mas, pela primeira vez desde que me envolvi com Luke, eu sinto que a tempestade é só aqui fora.

All For Us (JUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora