C A P Í T U L O 42

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Julie Molina

Na manhã de segunda-feira, - a manhã seguinte - ainda está chovendo. Não está tão forte como estava a noite, mas o suficiente para fazer correr um ventinho frio para dentro do meu quarto, quando abro a janela.

É por isso que, depois do banho, eu decido vestir algo um pouco mais quentinho do que o normal - uma jardineira jeans e por baixo um moletom amarelo, com uma simples regatinha apertada por baixo; camada por camada. Essa chuva toda, com ventania e baixa temperatura só pode significar a chegada do inverno, afinal, entramos em dezembro ainda ontem - puxa, como tempo o tempo tá passando rápido.

As provas finais do bimestre começam semana que vêm, o que significa que eu preciso me concentrar em tirar notas boas, como sempre. Eu geralmente sou uma boa aluna, - tiro notas boas, faço todos os trabalho e todos os exercícios pra casa, nunca falto, nunca me atraso e sou dedicada - e apesar de ainda estar chegando perto do final do segundo ano, quero garantir um histórico escolar perfeito para quando chegar a hora de escolhe uma boca faculdade. Isso é importante pra mim, eu só preciso relaxar um pouco.

Quando estou pronta, eu pego minha mochila e vou direto para a cozinha. Minha mãe está sentada à mesa, tomando o café e já vestida com o uniforme de enfermeira - geralmente uma roupa colorida, por cima de uma camiseta branca de manga longa. Ela sorri pra mim quando me sento pra tomar café também.

- Já separei seus remédios. - ela diz e aponta para os frascos em cima da mesa. Suspiro. - E você vai comer omelete hoje, nada de bacon gorduroso.

- Como bacon não vai me matar, mãe. - digo antes de jogar um comprimido na boa, engolindo com um gole de suco.

- Vai, vai sim.

Reviro os olhos, dando um leve risadinha.

Depois do café, espero minha mãe terminar de se arrumar para trabalhar, porque é ela quem vai me dar uma carona hoje. Com as pista muito molhadas, eu sinto um pouco de medo de pilotar a moto, principalmente com risco de cair outro temporal no meio do caminho e eu ficar encharcada. Não, prefiro ir com minha mãe e voltar no ônibus da escola.

O caminho é silencioso, mas de forma agradável. Minha mãe me deixa na porta da escola e eu me despeço com um beijo em seu rosto, antes de sair do carro. Debaixo dos finos pingos de chuva, eu corro para dentro do prédio principal e já mando uma mensagem para Carrie.

Já chegou?

Ela me responde rápido, como se já estivesse esperando por essa mensagem.

C: Te encontro no seu armário!

Sorrio de canto, enfiando as mãos nos bolsos da jardineira enquanto caminho devagar pelo corredor lotado. Durante todo o caminho, vim escutando música nos fones, e agora está tocando um remix não oficial estilo 80s de Summertime Sadness, que eu baixei direto do YouTube. Apesar da letra ser melancólica, a batida me deixa feliz e com pique pra seguir o diz com muito bom humor.

Começo a pensar em Luke. Lembrar de ontem faz as borboletas no meu estômago voarem euforicamente, mas pensar em como o dia de hoje pode ser é assustador. As coisas vão ser diferentes entre nós agora? Ou vamos continuar sendo o que éramos antes da palavra "paixão" criar raízes em nós? Devíamos ter conversado sobre isso antes.

Como prometido, encontro Carrie encostada na porta do meu armário. Eu desligo a música no celular, e abaixo os fones quando me aproximo.

- Cheguei primeiro hoje! Xeque-mate! - ela sorri com convicção, se afastando da porta do armário para que eu possa abri-lo.

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