All For Us (JUKE)

C A P Í T U L O 59

Julie Molina

No dia seguinte, durante o almoço, eu estou pensando na prova de história que eu fiz naquele dia. Estou pensando fervorosamente naquela merda de prova. Ela estava difícil, apesar de eu ter estudado praticamente o final de semana inteiro - tirando a noite do jogo de sábado. Espero tirar pelo menos um B, porque não aceito menos que isso; quero que meu histórico escolar seja perfeito para uma possível universidade de renome, mesmo que eu não tenha nem ideia de qual eu queria fazer.

Um futuro bem sucedido, com um diploma na mão e um bom emprego; é basicamente isso o que significa viver "bem" hoje em dia.

Pisco quando me cutucam nas costas, me fazendo virar o rosto para trás. Uma garota manda eu seguir, porque a fila está andando e eu tô atrasando tudo, parada enquanto encaro o purê de batatas. Sorrio sem graça e ponho o purê na bandeja, para andar logo.

Quando termino de pegar meu almoço, paro e analiso o refeitório. Meus olhos param na mesa popular, onde Luke está sentado, rindo e conversando com os amigos. Ele fica muito bonitinho quando está distraído. Mesmo quando esse modo de distração não dure muito.

Enquanto ri de algo que Reggie disse, Luke vira o rosto e nossos olhares se encontram rapidamente. Ele sorri, o que me faz sorrir também.

Franzo a testa quando ele abaixa o olhar para mexer no celular, como se eu fosse apenas um sorriso no corredor, - o que realmente foi durante quatro longos anos - mas logo sinto meu coração disparar quando meu celular vibra no bolso da calça de moletom preta.

L: Senta aqui com a gente.
Sério? Aí?
L: É, qual o problema?
Nada.
Nunca sentei aí, só é meio estranho.
L: Deixa de palhaçada, ou eu vou até aí te buscar.
L: No colo.
L: Na frente de todo mundo.
L: Você tem 5s.

Levanto o rosto e olho para o outro lado do refeitório, para Luke. Há um sorriso maldoso em seu rosto que diz que ele não está blefando, ainda mais quando começa a contar os segundos nos dedos. Eu arregalo os olhos e guardo o celular, quase correndo para ir me sentar, antes que Luke resolva me carregar no colo por aí - imagina quanta gente ia olhar, e eu já tenho recebido atenção demais desde que "Julie Molina é a mais nova conquista de Luke Patterson", virou manchete no blog da escola.

Ele abre um sorriso satisfeito quando eu me aproximo da mesa, recebendo olhares de seus amigos. Sorrio meio sem graça. É tão estranho estar aqui, e não lá fora como sempre.

- Vai, senta aqui. - Luke diz.

Há um lugar livre pra mim entre ele e Reggie, o que me deixa aliviada, porque não gosto de todo mundo nessa mesa. Alguns dos caras já me chamaram pra sair, - ou tentaram - outros são nojentos, um é gay, mas eu só não o conheço muito bem. Ponho minha bandeja em cima da mesa, mantendo os olhos presos na minha tigela com chillie de carne. Estou morrendo de vergonha, afinal, sou a única garota na mesa.

Kayla não está por aqui, nem a Lauren, e a Amanda... Bom, ela nem é da nossa escola. E como Kayla é praticamente a abelha rainha, as outras líderes de torcida não estão aqui; hoje é só a mesa dos caras e a namorada - eu - de um deles. Por um lado, é bom saber que a Kayla não está andando com eles hoje, o que significa que ainda está puta. E o Scott também, porque nem pelos corredores da escola eu o vi hoje.

Apesar de estar cercada de testosterona e whey protein puro, eu sorrio de canto e bebo um pouco da minha água.

Por debaixo da mesa, Luke segura minha mão esquerda, enlaçando nossos dedos. Sinto o calor subir por minhas bochechas, e quero sorrir ainda mais. Aposto que estou vermelha feito um tomate, e ele ainda vai lá e piora tudo quando beija minha bochecha; um beijo fundo e demorado.