C A P Í T U L O 49

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Julie Molina

Dez minutos de silêncio depois, Luke me pergunta:

- Doeu? Tipo, muito?

Viro meu rosto, que está deitado em seu peito, para olhar para ele. Sorrio de canto, esticando a mão para tocar sua testa suada, afastando seus cabelos para trás.

- Um pouco. - digo. - Acho que incomodou mais do que doeu.

- Eu não te machuquei? Ou machuquei?

Posso ver a preocupação em seus olhos, que aparentemente parecem estar analisando cada centímetro do meu rosto, atrás de alguma emoção. Dou risada e seus ombros relaxam.

- Eu sei que Deus foi muito generoso com você... - insinuo minha coxa contra o ponto entre suas pernas, fazendo Luke sorri de canto. - Mas você foi muito calmo e gentil comigo. Foi ótimo, mesmo com o desconforto. Obrigada...

Ele sorri um pouco mais, inclinando a cabeça para frente. Sua testa encosta na minha e eu sorrio e pouco depois Luke me beija. Estou sendo sincera quando digo que foi ótimo, não estava esperando toda essa preocupação por parte dele, e, sinceramente, me sinto aliviada por isso. Escolhi o cara certo para a minha primeira transa - e eu aposto que ainda vão vir muitas.

- E pra você? Como foi? - pergunto assim que paramos de nos beijar, mas mantendo os rosto próximos.

- Diferente. - Luke suspira e sorri.

- Diferente bom ou ruim? Eu sei que você costuma transar com garotas mais experientes, e que já tirou a virgindade de um monte de garotas, mas...

- Wow, wow, wow. - ele me interrompe, franzindo a testa para mim. Suas mãos seguram meu rosto firmemente. - Primeiro que eu não tirei tantas virgindades assim, ok? Eu sei que você já ouviu muitos boatos sobre isso, mas não é bem assim que a banda toca. Segundo que, sim, já transei com algumas garotas por aí, uma ou duas eram virgens antes de mim... - ouvi-lo dizer isso é meio desconfortável, mas é preciso. - Mas nenhuma era como você, King. Transar com alguém por querer transar é uma coisa, mas transar com alguém pela qual você está completamente apaixonado... É muito melhor. Nenhuma das outras garotas importam, porque agora eu tenho você.

Sua voz aquece meu coração, fazendo-o bater calmo e devagar, me fazendo esquecer por um segundo que eu tenho um órgão bombeador de sangue de araque. Sorrio e me inclino para lhe dar um selinho.

Voltamos a ficar em silêncio. Eu me aconchego bem perto de seu corpo, cobrindo seu abdômen com meu braço e brincando com seus pelinhos - adoro fazer isso, meu Deus. Inspiro o perfume de Luke toda vez que ele respira; ele está com cheiro de suor e uma leve lembrança da colônia masculina que costuma usar. Eu amo seu cheiro, é uma marca registrada só dele, e acho que nada no mundo vai ter um perfume tão gostoso assim.

Luke passa a mão nos meus cabelos, completamente concentrado em enrolar as mechas nos dedos. Estou quase dormindo, quando uma coisa me vêm na cabeça e eu começo a rir.

- Tá rindo do quê? - ele me pergunta, e, pelo seu tom de voz, está sorrindo.

- É que... - eu dou risada mais uma vez, apoiando as mãos em seu peito para poder erguer um pouco do corpo. - Hoje mais cedo, quando minha mãe foi me buscar, ela viu nós dois juntos e começou a ter aquela conversa comigo... De novo. E eu tô rindo porque, justo no dia que ela insistiu em falar sobre isso, eu perdi minha virgindade.

Luke ri baixinho, passando a mão no meu cabelo.

- Então eu acho que foi o destino, né? - ele diz.

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