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Lentamente e a passos curtos e desapressados, Ben andava pelos corredores da escola em direção a sua sala de aula. Já era um novo dia e ontem ele teve sua detenção, entediante e cheia de lições.

Estava um pouco atrasado, mas o mesmo já estava ferrado mesmo, então pouco importava se andava rápido ou devagar, sua sentença não poderia piorar.

Ben se encontrava com um leve cheiro de menta e cigarros, cigarros esses que Aaron havia fumado outrora mais cedo.

Seu cheiro, o que para alguns seria ruim, em compensação a outras garotas que o olhavam, era delicioso. O garoto nem dava bola para os olhares, apenas seguia seu caminho com as mãos em sua jaqueta preta de couro.

Jaquetas de couro eram mais o estilo de Aaron, porém Ben além de estar atrasado para a aula, ─ culpa de seu despertador que não tocou ─ também não teve vontade alguma de ir até o banheiro troca-lá para um suéter cinza.

Embora ache um moletom melhor, ele neste dia estava se sentindo confortável com a jaqueta.

Chegando na sala, ele se senta em seu lugar habitual. A aula ocorreu normalmente, com Ben quieto e sereno como sempre. O intervalo passou, e finalmente ele estava em sua última aula do dia.

Ciências Humanas.

Estavam discutindo sobre educação sexual. Ben se sentia envergonhado com este assunto, e não pôde evitar algumas dúvidas que surgiram em sua mente. Entretanto, ele não perguntou nada. Manteve-se calado, pois apenas por pensar em perguntar para professora, seu rosto já corava.

Haviam diversos assuntos aos quais ele estava com dúvida. Porém, é claro, ao contrário de Ben, Aaron sabia até mais do que deveria.

Ben não se preocupava em relembrar e nem prestar atenção em momentos íntimos de Aaron. Tanto sozinho como acompanhado. Ele só lembrava de alguns flash backs de momentos. Mas não sentia a necessidade de prestar atenção ou relembrar sobre isto.

A professora repentinamente, se dirige a Ben, e o garoto literalmente congela em sua cadeira quando a mais velha faz a ele uma pergunta.

Pergunta essa que ele não sabia responder. Se sentiu idiota por não saber, já que todos o olhavam com um ar de: "essa é impossível que você não saiba."

── Qual o ponto de prazer extremamente sensível de uma mulher?

Ben não soube como responder, simplesmente encolheu suas pernas sobre os apoios da carteira e apertou as mãos na borda da mesa.

O garoto sentiu-se ruborizar com tal pergunta.

── É o... ── Isto era humilhante para ele. ── Eu... ── Sua boca estava seca. ── Não... Não sei. ── Ele admite de uma vez, baixando a cabeça e olhando apenas para sua anotação no caderno.

Algumas pessoas da classe pareceram não se importar com tal dúvida, diferentemente de outras que se perguntavam como ele não sabia. Afinal, ele dava prazer a uma mulher tão bem quanto todos dali, e querendo ou não, as próprias garotas que já sentiram este prazer, estavam confusas. Porém elas não sabiam que quem dava prazer a elas não era Ben, e sim, Aaron.

Ben era aquele tipo de garoto que a um fim de noite que alguém teve com Aaron, perguntava se queria uma xícara de café e biscoitos. Era amigável, não safado, nem tão pouco babaca para dispensá-las sem ao menos um lanchinho. Pelo menos era isso que ele pensava.

A professora assente e começa a explicar a Ben que o ponto sensível de uma mulher é o clitóris, e também o que mais dá prazer. Depois de alguns minutos todos viraram para frente e esqueceram desse momento constragedor de Ben.

Todos, exceto uma.

Bexter Lewis.

Estava analisando-o do outro lado da sala, se perguntava se havia sido uma brincadeira da parte do mesmo, ou se ele realmente não sabia.

Bex era uma garota que não media esforços para certas coisas, muito menos para dúvidas. Ela criava algumas em sua cabeça.

Como assim Aaron não sabe o básico?

Não que ela estivesse debochando, mas isso a deixou muito curiosa. Porque Aaron realmente era um pegador voraz, e não fez sentido para ela que ele não soubesse isso.

Até porque uma vez, Bex ouviu algumas garotas no banheiro feminino.

Uma delas contava como Aaron era espetacular quando o assunto era "usar bem a língua." Por isso ela estava tão confusa.

Bex passou o restante da aula tentando entender esse assunto, não que o garoto a interessasse.

Mas agora ela não sabia se o que a garota disse no banheiro para suas amigas era verdade ou mentira. Até porque ela poderia ter mentido para encobrir a vergonha de um orgasmo terrível, já que pelo jeito, ele não sabia onde ficava o clitóris.

Ao bater o sinal, todos recolhem suas coisas. Ben estava despreocupado em demorar ou não, até porque ficaria mais um dia na detenção.

O garoto saiu da sua sala a passos lentos, com a mínima vontade de chegar mais rápido ao seu inferno particular, como nomeou Aaron.

Quando chegou, se sentou no mesmo lugar e apenas começou sua atividade. Quanto mais rápido acabar, mais tempo poderá ficar sem fazer nada, até dar o horário da saída.

Havia outro garoto do outro lado da sala, estava mascando um chiclete de boca aberta e a todo momento se ouvia o barulho desagradável de mastigação.

Ben revirou os olhos e começou a se incomodar com tal ação. Ele batia repetidamente o lápis na cadeira. Um tic nervoso talvez, para tentar chamar a atenção daquele garoto para que ele o visse, e parasse.

Mas ele não parou, e Ben sentiu em seu interior uma raiva que não era a dele. Ben estava sim irritado, mas a sua irritação era muito mais leve.

── Dá para mascar a porra do chiclete de boca fechada? ── O garoto do outro lado da sala se assusta com tal ato.

Não preciso nem dizer quem foi que disse isto, não é?

E na mesma hora que ele se dirige ao garoto, Bexter passa ao lado da sala, e fica ainda mais confusa com a irritação presente. Afinal, hoje na sala de aula mais cedo, ele estava completamente calmo, sereno e até tímido, então como aquele garoto foi daquilo, para isso em tão pouco tempo?

Este pensamento trouxe a ela mais dúvidas ainda, será que perto de pessoas conhecidas ele era aquele garoto, e com pessoas desconhecidas era outro?

── Parece uma vaca comendo. ── Aaron murmura baixo mas num tom audível, se voltando para sua lição.

Bex não pôde deixar de rir levemente, mas saiu dali antes que alguém percebesse sua presença intrometida.

A garota naquele dia caminhou até sua casa, pensando em como faria para descobrir essa faceta que Aaron cobria. Mas ela não sabia que estava prestes a se envolver numa longa história que ao mesmo tempo confusa, era também muito problemática.

 Mas ela não sabia que estava prestes a se envolver numa longa história que ao mesmo tempo confusa, era também muito problemática

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